Presidente do Sindipetro defende mudanças na política de preços dos combustíveis da Petrobras

Dal Zot destacou que a possível venda da Repar, em Araucária, pode afetar 1,5 mil empregos




FonteTrajano Budola - Alep

Mario Dal Zot, presidente do Sindipetro. Foto: Pedro de Oliveira/Alep

O presidente do Sindicato dos Petroleiros do Paraná e de Santa Catarina (Sindipetro), Mário Dal Zot, falou aos deputados no plenário da Assembleia Legislativa do Paraná (Alep) durante a sessão desta segunda-feira (4) sobre a preocupação da categoria com a política de preços da Petrobras e a venda de quatro grandes usinas brasileiras. Por proposição do deputado Tadeu Veneri (PT), Dal Zot defendeu mudanças no modelo de venda dos combustíveis no Brasil, adotado a partir de 2016, e que, de acordo com ele, afeta diretamente o valor pago pelos consumidores nos postos de gasolina.

Dal Zot destacou que a possível venda da Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar), em Araucária, segundo o sindicato, pode comprometer 1.500 empregos. Ele falou também sobre a subvalorização da unidade paranaense, que já operaria no refino do petróleo e produção de gás com apenas cerca de 65% de sua capacidade total. “Foram gastos US$ 5,5 bi para a modernização da Repar e ela está sendo ofertada por US$2,5 bi. Quem a compra já tem uma vantagem e isto traz uma grande preocupação”, explicou.

Dal Zot ressaltou que o Brasil é autossuficiente na exploração e produção de insumos de petróleo hoje, porém o país compra óleo diesel e gasolina de grandes exportadores, como é o caso dos Estados Unidos. Para ele, o debate deve ser levado à população em todas as esferas de poder. “É importante usar este espaço da Assembleia Legislativa para expor nossa visão sobre a politica errônea adotada pelo governo federal. Um país soberano não pode entregar uma riqueza como o pré-sal ao mercado internacional”, afirmou.

Para o deputado Tadeu Veneri, a paralisação dos caminhoneiros ocorrida nos últimos dias do mês passado demonstrou a dependência da economia brasileira em relação a este modal. De acordo com ele, a política de preços da Petrobras deve atender a esta demanda, o que não estaria ocorrendo. “Se não tivermos uma política soberana em relação a isto, teremos problemas recorrentes”, afirmou. “Somos autossuficientes em petróleo e importamos 60% de diesel e gasolina, principalmente dos Estados Unidos”, destacou.

Sobre a possível venda da Repar, Veneri afirmou que a medida pode gerar grandes prejuízos à economia paranaense. “Se o Paraná perder esta refinaria, perde cerca de R$ 5 bilhões em ICMS por ano. É uma perda para a população paranaense para os próximos 50 anos. É a perda de uma refinaria que já nos custou mais de R$ 20 bilhões e está a venda por muito menos da metade disto”, ressaltou.