Servidores e comunidade pressionam contra fechamento de CRAS em Curitiba

Audiências públicas ocorrem nas regionais nos dias 19 e 20 de julho





Atualmente Curitiba conta com 45 CRAS, que executam serviços de proteção social básica. Foto:Ricardo Marajo/FAS

Os servidores da Fundação de Ação Social (FAS) e a comunidade têm se mobilizado contra o fechamento de sete equipamentos dos Centros de Referência da Assistência Social (CRAS). O fechamento foi impedido na última reunião do Conselho Municipal de Assistência Social (CMAS) ocorrida no dia 3 de julho. No entanto, um novo encontro ocorre no próximo dia 31 de julho, na sede da FAS, quando o fechamento dos equipamentos deve voltar à pauta.

Para impedir a adoção dessa política, os servidores e a comunidade estão incentivando a participação nas audiências públicas que ocorrem nos dias 19 e 20 de julho. A Prefeitura de Curitiba marcou esses encontros em oito regionais pela manhã e pela tarde, num horário que dificulta a participação dos trabalhadores. Em virtude disso, está sendo divulgado um panfleto que cobra a manutenção do atendimento.

“Tal desmonte passa pelo fechamento de sete Centros de Referências de Assistência Social/CRAS e de unidades de atendimento, localizados em territórios com alta concentração de vulnerabilidade social e desigualdade. As unidades previstas para fechamento são: Sambaqui (Bairro Novo); Vila Hauer (Boqueirão); Arroio (CIC – Cidade Industrial de Curitiba), Gabineto (CIC), Butiatuvinha (Santa Felicidade); Portão (Portão) e Santa Rita (Tatuquara)”, alerta o panfleto.

Para o Sismuc, servidores da FAS e comunidade, todos esses CRAS se localizam em territórios altamente vulneráveis e com altos índices de violência. Qualquer alteração no posicionamento das unidades estatais deve ser precedida de ampla discussão com trabalhadoras e com a comunidade. “É fundamental que a população usuária dos serviços da Política de Assistência seja informada deste desmonte, pois ela e nós, trabalhadores, somos/seremos os mais atingidos, neste momento em que o país, em crise econômica, precisaria na verdade reforçar suas políticas de proteção social”, expõem.

Audiência na CMC

Presente a última reunião do conselho, a vereadora professora Josete (PT) sugere a realização de uma audiência pública na Câmara Municipal antes do fechamento de qualquer equipamento da assistência social. “Ninguém é contra o reordenamento de serviço, mas é preciso mais detalhes para se pensar soluções coletivas e mais dados para entender a realidade de cada CRAS. O que nos deixa preocupado é enxugamento de gastos, mas que nos parece economista, sem levar em contas as consequências disso. Podemos fazer audiência pública para debater o assunto com envolvidos”, sugeriu Josete.

Atualmente Curitiba conta com 45 CRAS, que executam serviços de proteção social básica destinados à população em situação de vulnerabilidade social. Esses equipamentos têm uma função protetiva e atuam em conjunto com outras políticas públicas. Entre os serviços estão o acesso à benefícios como o Bolsa Família e a substituição de renda pelo Benefício de Prestação Continuada para pessoas idosas ou com deficiência.

Confira os locais das audiências
19 DE JULHO

  • Cajuru 9h30 – Liceu Rua da Cidadania Cajuru – Av. Prefeito Maurício Fruet, 2150
  • Boqueirão 11h – CRAS Boqueirão – Rua Josepha Deren Destefani, 30 – Hauer
  • Santa Felicidade 14h – Rua da Cidadania Santa Felicidade – Rua Santa Bertila Boscardin, 213
  • Portão 15h30 – Auditório 3 da Rua da Cidadania Fazendinha – R. Carlos Klemtz, 1700

20 DE JULHO

  • Bairro Novo 9h30 – Rua da Cidadania Bairro Novo – R. Tijucas do Sul, 1700
  • Boa Vista 11h – Rua da Cidadania Boa Vista – Av. Paraná, 3600, Bacacheri
  • Tatuquara 14h – CRAS Santa Rita – R. Carlos Munhoz da Rocha, 629
  • CIC 15h30 – Rua da Cidadania – Rua Manoel Valdomiro de Macedo, 2460
Compartilhar
Artigo anteriorPT e Lula foram cirúrgicos
Próximo artigoPT dividido entre Manuela e PSB para vice de Lula
Jornalista, atuou como editor no Sindicato dos Servidores Municipais de Curitiba e é colunista do Brasil de Fato do Paraná. Já publicou Vozes da Consciência (Entrevistas) e Crônicas dos Excluídos. Atua em jornalismo político.