PT dividido entre Manuela e PSB para vice de Lula

Presidente Gleisi Hoffmann explica acordo com socialistas





Brasilia DF 02 08 2018 PCdoB lança Manuela d'Ávila como candidata à Presidência da República O Partido Comunista do Brasil (PCdoB) confirma a candidatura de Manuela d'Ávila à Presidência da República, em convenção realizada em Brasília.Fabio Rodrigues Pozzebom/Agencia Brasil

EM XEQUE | O anúncio do PT de que fizera um acordo de neutralidade com o PSB para as eleições presidenciais mexeu fortemente no xadrez político nacional. Embora militâncias de ambos os lados tenham torcido o nariz, a estratégia fortalece tanto um campo de esquerda, como isola ainda mais o candidato do PDT, Ciro Gomes, que tem feito gestos de aproximação da direita e suavizado seu discurso para empresários e mercado.

VOLTE UMA CASINHA | Em Minas Gerais, a militância do PSB afirma que não abre mão da candidatura de Márcio Lacerda. Em Pernambuco, ainda há resistência em torno da candidatura de Marília Arraes. Curiosamente, no Paraná e em São Paulo, polos centrais do golpe, PT e PSB caminham distantes com o PSB apoiando o tucano Beto Richa (Paraná) e com o governador paulista Márcio França acenando para Alckmin.

ESQUEMA TÁTICO | A jogada audaciosa, no entanto, é quase uma carta marcada. Segundo a presidente nacional do PT, senadora Gleisi Hoffmann, “desde o ano passado temos reforçado que nossas alianças ou acordos eleitorais se dariam no campo da centro-esquerda. E listamos, e APROVAMOS, em resolução do PT que os partidos para construirmos isso eram PCdoB, PSB e PDT”, afirma Gleisi.

OLHO NO LANCE | E não adianta a mídia chamar o “VAR” para o lance petista. A imprensa diz que o PT só aceita a frente se ele for cabeça de chapa. Mas quem pensaria diferente tendo o líder das pesquisas e com grande capacidade de transferência de votos, como é o caso de Lula? Curiosamente, essa mesma mídia não diz que Alckmin, candidato da direita que não decola, não tem capacidade suficiente para pilotar esse avião rumo ao Palácio do Planalto. Por que não questionar abrir mão da candidatura em nome do DEM de Rodrigo Maia ou de outro político novo? O PSDB é o partido que apenas critica a hegemonia da qual ele não faz parte.

CARA OU COROA | Agora, não será surpreendente se nos próximos dias um nome do PSB surgir como vice de Lula. De fato, é bem possível que o pacto de neutralidade vire um acordo de aliança. O partido pretende fazer um grande ato no dia 15, registrando sua candidatura. A vice também pode ficar com Manuela, do PCdoB, que é uma candidata sem querer, que pode abrir mão da candidatura em nome da unidade.