Violência por todos os lados

O ódio tem ganhado essa eleição, seguido pela ameaça de um novo golpe militar





@FlavioBolsonaro

NO PRIMEIRO TURNO | Ganhe quem ganhar essa eleição, a vitória até esse momento é da violência. Seja ela física, seja institucional ou psicológica. E seu êxito não trata de políticas ou propostas para garantir mais segurança à população brasileira, evitar mortes e crimes cometidos por uma sociedade nitidamente desajustada. Pelo contrário, a violência pauta a eleição na medida de quem dá o primeiro tapa e esconde a mão, de quem cospe na cara do outro de mais longe, dos que conseguem proferir mais insultos em nome de deus.

TREND TOPICS | A facada em Jair Bolsonaro e, consequentemente, o seu gesto no hospital remetendo a duas armas, indicam que entramos numa espiral suicida, mas com ninguém admitindo que seu campo está a esquartejar a democracia. O fato é que em de todos os lados vemos as militâncias virtuais tentando ganhar no grito. E na fakenews.

REJEIÇÃO | Mas nem é o barulho da torcida que assusta mais. A preocupação que deve ser maior é o uso da força e da violência por parte de aparelhos do estado: o judiciário, a polícia e as forças armadas. E são vários os indícios de que a normalidade institucional caminha para um novo golpe caso o resultado eleitoral não seja o agradável.

MATAR UMA IDEIA | Um dos figurões a abusar com consentimento da democracia é o ministro Luís Roberto Barroso. Se não bastasse ele excluir Lula de sua candidatura, o que é compreensível diante da interpretação da ficha limpa, agora ele quer proibir qualquer citação ao nome do petista. Barroso está extrapolando ao tentar impedir qualquer imagem ou menção a figura de Lula, mesmo que não seja apresentada como candidato. Dessa maneira, o ministro do STF busca prender a ideia que Lula representa para sua militância e eleitores.

NÃO LEVA | Mais grave ainda é a declaração do general Villas Boas dando a entender que uma eleição de Lula, se liberada pelo STF, ou até de candidaturas à esquerda, não será aceita pelas Forças Armadas. Embora ele tenha dito que não se pode fulanizar a questão, está claro a máxima de que se o PT ganhar, não assume em nome da “ordem social”. A mesma que levou ao golpe de 1964.

VOOOLTA OLIVA | Outra pitada do flerte com um novo tiro contra a democracia foi dado pelo vice de Bolsonaro. Além de dizer que não está descartado um autogolpe, o general Mourão afirmou que “heróis matam”. Ele omite que essas mortes promovidas pelo coronel Brilhante Ustra ocorreram quando os presos estavam sob a tutela do Estado. Sendo assim, o papel era garantir a integridade física e moral dessas pessoas e não matá-las.