Paraná gerou empregos em 2017 enquanto Curitiba demitiu

Em meio à crise, setores da Indústria de alimentos e bebidas e administração foram os que mais empregaram.





Foto: ANPr/ SINDIAVIPAR

Os 399 municípios paranaenses apresentaram saldo positivo na criação de empregos formais em 2017. É o que aponta estudo do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE) a partir dos dados da RAIS 2017 (Relação Anual de Informações Sociais), pesquisa realizada pelo Ministério do Trabalho e Emprego. 285 tiveram saldo de emprego positivo, o que representa 71,43% do total dos municípios, apenas um município apresentou saldo zero. Por outro lado, 113 (28,32%) municípios tiveram perda de empregos em 2017. É o caso de Curitiba. A capital paranaense perdeu 19.463 postos de trabalho formais. Isso equivale a geração de empregos nas dez primeiras cidades do estado. Para o estudo, enquanto a Região Metropolitana perdeu empregos, o interior puxou para cima as contratações.

As atividades econômicas que mais geraram empregos em 2017 foram: Indústria de alimentos e bebidas (13.431), Administração pública (7.779), Serviços de alojamento, alimentação, reparo, manutenção, radiodifusão e televisão (3.948). Por outro lado, os que mais perderam empregos foram: Construção civil (-10.844), Comércio varejista (-6.892), Agricultura (-1.600), Indústria química (-1.407), e Indústria metalúrgica (-1.172).

Toledo (4.581), Francisco Beltrão (3.878), Dois Vizinhos (3.224), Maringá (2.045),
Cascavel (2.014), Carambeí (1.515) foram os municípios que mais geraram novos postos de trabalho. O aquecimento se deu na “Indústria de alimentos e bebidas, em especial a atividade de abate de aves nas regiões oeste e sudoeste e no município de Carambeí”, segundo o estudo.

O saldo negativo em Curitiba puxou a geração de emprego para baixo. Enquanto as dez principais cidades geraram em torno de 20 mil empregos, na capital, foram perdidos 19.463 postos de trabalho. A capital recuou de 882.611 registros formais de trabalho em 2016 para 863.148 em 2017, em uma variação negativa de – 2,21%. Ainda tiveram saldos negativos as cidades de São Tomé, município que teve a maior queda do emprego em termos relativos (-35,08%), seguido por Tijucas do Sul (-27,53%) e Matinhos (-25,84%).

Para a análise do DIEESE, a crise econômica desestimulou a construção civil e o mercado imobiliário. “Destaque negativo para a Construção civil, principalmente em Curitiba, Londrina e Itaipulândia. Destaque negativo também para o subsetor de atividade de Comércio e administração de imóveis, valores mobiliários e serviço técnico, em especial as atividades de: apoio à educação, exceto caixas escolares”, apontam os números.

Empregos no interior
A Região Metropolitana de Curitiba apresentou uma perda de postos de trabalho na comparação do ano de 2017 para 2016, com a redução de 18.127 empregos. Por outro lado, o interior do Estado apresentou uma geração de 33.214 empregos, desta forma o Paraná teve um saldo de 15.087. De 2003 até 2017, o interior “venceu” dez a RMC na geração de empregos. Apenas três vezes a região metropolitana gerou mais empregos.