Gasolina subiu 21,1% nos últimos doze meses e é um dos maiores desafios de Bolsonaro

Já o gás de cozinha, em Curitiba, subiu 12,94% em comparação com outubro de 2017





Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

Um dos maiores desafios do governo eleito de Jair Bolsonaro (PSL) é conter a alta dos combustíveis para os brasileiros. Seja no “posto Ipiranga”, seja no gás de cozinha, dado da Agência Nacional de Petróleo (ANP) mostram alta desses produtos acima da inflação. A gasolina, por exemplo, registrou alta de 21,1% em todo Brasil nos últimos doze meses. Ela estava custando, na média, R$ 4,717 nas bombas em outubro de 2018 contra R$ 3,895 em outubro de 2017. Em Curitiba, a alta da gasolina foi de R$ 3,781 em outubro de 2017 para R$ 4,397 em outubro de 2018. Isso equivale a uma alta de 16,29% no último ano.

Essa diferença, entre a bomba e o que é pago pelo consumidor final não se reflete nos preços cobrados pela Petrobras. Atualmente, a gasolina  está saindo da refinaria nesta quarta-feira (07 de novembro) por R$ 1,7165. Há um mês, um dia antes da da realização do primeiro turno para presidente, a gasolina custava na refinaria R$ 2,2159. Uma diferença de R$ 0,50 centavos.

Movimento parecido teve o diesel. O seu custo será de R$ 2,1228 a partir de 7 de novembro de 2018. Em 6 de outubro, na véspera da eleição, o produto estava valendo R$ 2,3606 na refinaria. Ou seja, estava R$ 0,24 centavos mais caro. Contudo, para o consumidor do Paraná, por exemplo, o diesel estava sendo vendido por R$ 3,519 em outubro de 2018 contra R$ 3,042 em outubro de 2017. Uma alta de 15,68% nos últimos doze meses.

Gás de cozinha sobe novamente

Já o botijão de gás, presente no cotidiano dos brasileiros, teve um novo reajuste anunciado nesta terça-feira (06/11), pela Petrobras. O preço de venda, na média nacional, sem tributos, nas refinarias da companhia, será equivalente a R$ 25,07 para envase em botijão de 13 quilos. Com isso, acumulará alta de R$ 0,69, ou 2,8% desde janeiro, quando passou a ter reajustes trimestrais.

“De acordo com a metodologia em vigor, a Petrobras havia aplicado, este ano, duas reduções nos preços, em janeiro e abril, e uma elevação, em julho. O novo preço representa um ajuste de +8,5%, ou R$ 1,97 em relação aos R$ 23,10 vigentes desde julho. A desvalorização do real frente ao dólar e as elevações nas cotações internacionais do GLP foram os principais fatores para a alta”, justifica o comunicado.

Contudo, o preço pago pelos brasileiros está muito acima disso. De acordo com dados obtidos pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE), o botijão custava R$ 68,53 em todo Brasil, na média, R$ 69,78 no Paraná, e R$ 65,01 em Curitiba. As altas foram de 8,42%, 10,59% e 12,94% respectivamente nos últimos dozes meses.

Segundo o DIEESE, os combustíveis pesaram no cálculo do Índice de Preços ao Consumidor Ampliado (IPCA) nos últimos anos. Entre dezembro de 2016 e dezembro de 2017, os combustíveis domésticos (carvão vegetal, gás de cozinha e encanado) representaram 15,59% dos custos. Nos doze meses seguintes, até setembro de 2018, a alta para o IPCA chegou a 10,88%. Já os combustíveis para veículos pesaram 17,69% no IPCA de dezembro de 2017 a setembro de 2018.

Lucro da Petrobras

A Petrobras teve um lucro de R$ 6,64 bilhões no terceiro trimestre de 2018. Apenas de lucro líquido, a alta foi de R$ 1,078 bilhão no terceiro trimestre de 2018, uma alta de 173,6% sobre o mesmo período de 2017. De acordo com a empresa, o fraco desempenho econômico do país ao longo dos últimos nove meses, refletido pela baixa performance da indústria e do comércio, tem afetado o crescimento dos segmentos de postos de serviço e principalmente o chamado Mercado Consumidor.