Negros e mulheres são a maioria entre os desempregados do Brasil

Segundo o IBGE, o país tem 11,9% de desempregados e 4,3% que desistiram de procurar emprego




FonteIBGE

Foto: Pedro Ventura / Agência Brasília

O Brasil manteve o nível de desemprego de 11,9% em relação ao trimestre anterior. É o que aponta levantamento realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgado hoje (14/11). O país ainda tem 27,32 milhões de pessoas subempregadas (24,2%) e 4,78 milhões desalentadas. Ou seja, que simplesmente desistiram de procurar emprego. Em relação as mulheres, 45,4% delas estão empregadas enquanto que o nível de ocupação no último trimestre de 2018 entre homens é de 64,3%. O IBGE ainda apurou que a taxa de desocupação para pretos e pardos é maior que a taxa nacional.

Em 21 das 27 unidades da federação, a taxa de desocupação permaneceu estável em relação ao segundo trimestre de 2018. O único estado em em alta (2,3 pontos percentuais) foi Roraima (de 11,2 para 13,5%). No terceiro trimestre de 2018, a taxa de subutilização da força de trabalho (que agrega os desocupados, os subocupados por insuficiência de horas e a força de trabalho potencial) foi de 24,2%, o que representa 27,32 milhões de pessoas. Piauí (39,9%), Maranhão (38,8%) e Bahia (38,5%) apresentaram as maiores taxas de subutilização e as menores taxas foram em Santa Catarina (11,2%), Mato Grosso (14,3%), Rio Grande do Sul (15,5%).

contingente de desalentados no terceiro trimestre de 2018 foi de 4,78 milhões de pessoas de 14 anos ou mais de idade, valor estável em relação ao 2º trimestre de 2018 (4,83 milhões, o maior contingente de desalentados da série histórica da PNAD Contínua). Houve aumento de 12,6% frente ao 3º trimestre de 2017, quando eram 4,24 milhões de pessoas desalentadas. Os maiores contingentes estavam na Bahia (794 mil pessoas) e no Maranhão (523 mil) e os menores em Roraima e no Amapá, com 12 e 11 mil pessoas, respectivamente.

Mulheres têm menor nível de ocupação que os homens
No 3º trimestre de 2018, as mulheres eram maioria tanto na população em idade de trabalhar no Brasil (52,3%), quanto em todas as Grandes Regiões. Porém, entre as pessoas ocupadas, predominavam os homens no Brasil (56,3%) e em todas as regiões, sobretudo na Norte, onde os homens representavam (60,2%).

O nível da ocupação dos homens no Brasil foi de 64,3% e o das mulheres de 45,4%, no 3º trimestre de 2018. O comportamento diferenciado deste indicador entre homens e mulheres foi verificado nas cinco Grandes Regiões, com destaque para a Norte, onde a diferença entre homens e mulheres foi a maior (22,5 pontos percentuais), e para o Sudeste, com a menor diferença (18,2 pontos percentuais).

Já na população desocupada, no terceiro trimestre de 2018, as mulheres eram maioria (51,1%). Em quase todas as regiões, o percentual de mulheres na população desocupada era superior ao de homens. A exceção foi a região Nordeste (47,7%). Na Região Centro-Oeste, o percentual das mulheres foi o maior: elas representavam 54,4% das pessoas desocupadas.

Taxa de desocupação para pretos e pardos é maior que a taxa nacional
O contingente dos desocupados no Brasil no 1º trimestre de 2012 era de 7,6 milhões de pessoas, quando os pardos representavam 48,9% dessa população, seguidos dos brancos (40,2%) e dos pretos (10,2%). No 3º trimestre de 2018, esse contingente subiu para 12,5 milhões de pessoas e a participação dos pardos passou a ser de 52,2%; a dos brancos reduziu para 34,7% e dos pretos subiu para 12,0%.

A taxa de desocupação, no terceiro trimestre de 2018, dos que se declararam brancos (9,4%) ficou abaixo da média nacional (11,9%). Porém, a dos pretos (14,6%) e a dos pardos (13,8%) ficaram acima. No 1º trimestre de 2012, quando a taxa média foi estimada em 7,9%, a dos pretos correspondia a 9,7%, a dos pardos a 9,1% e a dos brancos era 6,6%.

No terceiro trimestre de 2018, os pardos representavam 47,9% da população fora da força de trabalho, seguidos pelos brancos (42,5%) e pelos pretos (8,4%).