DEM tá com tudo

Partido abocanha três ministérios e ainda quer manter a presidência da Câmara dos Deputados





Foto Antonio Cruz/ Agência Brasil

Já já todo mundo esquece. Mas o DEM apoiou Geraldo Alckmin (PSDB) para presidente. Agora, está no colo de Jair Bolsonaro (PSL). É a velha política que segue firme nisso daí no próximo governo. A pulada de muro foi dada bem antes por Onyx Lorenzoni, aquele que admitiu Caixa 2, pediu desculpas e o juiz/ministro Sérgio Moro o perdoou. O gaúcho pulou da canoa tucana bem cedo e será o ministro da Casa Civil.

Junto a ele vai para a saúde o deputado Luiz Henrique Mandetta, acusado de fraude em licitação, tráfico de influência e também Caixa, mas que “não é réu ainda”, segundo o presidente eleito. Outra escolhida é deputada federal Tereza Cristina, que concedeu incentivos especiais à JBS e é conhecida como musa do veneno. No caso dela, Bolsonaro disse que também é réu e que confia na ministra.

Olha a Arena de novo
E o partido, que apoiou a virada de mesa de Michel Temer (MDB), não tinha tanto poder desde 2001, quando era governo com FHC. Os Democratas passaram a se chamar assim após seu último nome cair em desgraça por causa de tantos casos de corrupção. É o velho novo. Assim o PFL virou DEM em 2007, tendo sido já PDS na redemocratização e Arena na Ditadura. Enfim, é uma reconciliação com o poder central, mas dessa vez pelas urnas do capitão Jair Bolsonaro.

Mantém esse daí
A oxigenada força do partido também deve se apresentar na Câmara dos Deputados. Seu presidente, Rodrigo Maia, o “Botafogo” da lista da Odebrecht, após apoio a Temer, ensaia uma reeleição a partir de fevereiro de 2019. Mesmo seu partido tendo apenas 29 deputados (décima bancada) contra 51 do PSL, a segunda maior bancada. A questão é a sua capacidade de controlar a agenda e trafegar entre os partidos, além do apoio do centrão que deve lhe conferir a recondução no cargo contra bem votados, mas inexperientes deputados bolsonaristas. Contudo, a força do DEM também pode articular um movimento por uma campanha que enfraqueça seu recente protagonismo.

Foto: Sandro Nascimento/Alep

Mantém isso daí
Na eleição, Ratinho Júnior disse que era oposição a Beto Richa quando todos sabiam que era continuísmo. Mesmo assim, se elegeu no primeiro turno. E já que não é para ter mudanças, fica bem encaminhada a recondução do tucano Ademar Traiano para a presidência da Assembleia Legislativa. Ele já recebeu a benção do novo governador. Será o terceiro mandato do novo Aníbal Khury do Paraná.