Me conta, Moro

Futuro ministro disse querer colaboração dos bancos contra lavagem de dinheiro um dia antes do escândalo explodir





Foto: Lula Marques/AGPT

NA CONTA | Não foi nessa semana que o futuro superministro da Justiça Sérgio Moro disse querer colaboração dos bancos para combater lavagem de dinheiro? Pergunta lá – e nos diz – sobre a movimentação financeira dos Bolsonaros. Ou não vem mais ao caso?

Em 6 de dezembro, ele teria dito que o objetivo não era uma caça às bruxas, mas o enfraquecimento do crime organizado. De acordo com o jornal Valor, “o relacionamento com o mercado financeiro ficará sob responsabilidade do auditor da Receita Federal Roberto Leonel de Oliveira Lima, que assumirá o Coaf, órgão de inteligência que, a partir de janeiro, será transferido do Ministério da Fazenda para a pasta da Justiça”.

PAGUE BEM |  Para bom entendedor, a informação que veio a público no dia 6, ou seja, antes da revelação das movimentações financeiras do motorista e assessor de Flávio Bolsonaro. Era um prenúncio?

Para bom entendedor (2), ao dizer que não é uma caça às bruxas, demonstra que a parcialidade é um modos operandi, focando apenas em alguns modelos de lavagem de dinheiro e não em todos, como poderia acontecer com uma nova CPMF.

FECHA A CONTA | Ou será que o COAF foi para a mão do superministro para abafar o caso – mas, “infelizmente” vazou antes -, uma vez que os Bolsonaros supostamente sabiam da investigação desde 15 de outubro, quando exoneraram os assessores laranjas?

E a conta dessa investigação será encerrada daqui 20 dias ou a Polícia Federal vai ter autonomia para investir nessa apuração? O ministro deve essas explicações para nao ser canonizado como aquele que perdoa apenas os seus.