Depois de dois pedidos de habeas corpus para a liberação do ex-presidente Lula ir ao velório de seu irmão Vavá, que faleceu hoje pela manhã de câncer, a Polícia Federal de Curitiba decidiu que o ex-presidente não irá. Essa é a mesma posição do Ministério Público Federal.
Além de “indisponibilidade de transporte aéreo em tempo hábil”, o delegado Luciano Flores de Lima alega “ausência de policiais disponíveis para assegurar a ordem pública” e “perturbações à tranquilidade da cerimônia fúnebre pelo aparato necessário para levar Lula”.
“Assim, diante do cenário apresentado (e somente por isso), entendemos pouco recomendável a materialização do deslocamento do Ex-Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, tomando-se por base única e
principalmente o resguardo da incolumidade física do custodiado e da ordem pública, embora estejamos,
como sempre, disponíveis para o atendimento de eventual ordem emanada das esferas administrativa/judicial”, define o delegado Luciano Flores.
Ja o Ministério Público Federal, coordenado pelo procurador Deltan Dallagnol argumentou que a saida de Lula pode perturbar a ordem pública. Nesse sentido, defende que o ex-presidente tenha seu direito cassado.
“Conclusivamente, afora a impossibilidade material de se atender o pedido ao
tempo e modo, no conflito entre o interesse do requerente em obter a saída temporária de caráter humanitário e a preservação da paz, tranquilidade, segurança e incolumidade públicas,
entende este órgão que deve prevalecer esta última, pelo que, manifesta-se pelo indeferimento do pedido”, assinala o parecer do MPF.
Protesto
Em sua página no Facebook, a assessoria de Lula protesta: “a ditadura permitiu que Lula fosse ao velório de sua mãe.
A lei é clara, mas não é para todos”.
A presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, enxergou na decisão mais uma postura de seletividade. “Se não consegue garantir a segurança a um velório, como aPF garantirá o combate ao crime organizado?! O PT ofereceu transporte a Lula e aos agentes de segurança para ir ao enterro do irmão. Só tem duas palavras que resumem essa decisão: incompetência e perseguição”, escreveu no Twitter.
