Maduro acusa militares desertores por conspiração contra seu exército

Presidente da Venezuela conclama união do exército bolivariano a 2.500 soldados em mais uma visita a tropas militares por ocasião dos 200 anos do Congresso de Angostura




FonteÓpera Mundi

Nicolás Maduro. Foto: TNM/Fotos Públicas

Em mais uma visita a tropas militares que se preparam para o exercício cívico-militar de fevereiro, o presidente venezuelano Nicolás Maduro conclamou aos soldados que se mantenham unidos contra militares desertores que tentam dividir as Forças Armadas Nacionais Bolivarianas (FANB).

“Um grupo de militares desertores, mercenários a serviço da oligarquia colombiana, conspira da Colômbia e tenta dividir nossas forças armadas”, afirmou o presidente antes de liderar a uma marcha com 2.500 soldados do Batalhão Simón Bolívar, em Caracas, capital do país. “Temos de ter uma Força Armada consolidada, unida ao povo, protegendo o povo, mobilizada para a defesa”, prosseguiu o chefe do executivo.

Ao longo desta semana, Maduro visitou outras unidades militares na região de Caracas e em diferentes Estados como o de Yaracuy e Aragua. A iniciativa faz parte dos exercícios cívico-militares previstos para acontecer em fevereiro em comemoração aos 200 anos do Congresso de Angostura, que ratificou a primeira constituição da Venezuela e que, de acordo com Maduro, deverão ser os maiores da história do país.

Tentativa de golpe

Maduro tem intensificado o périplo pelas tropas do país desde que o deputado oposicionista e presidente da Assembleia Nacional, Juan Guaidó, se autoproclamou presidente interino da Venezuela na última quarta-feira (23/01), em uma tentativa de golpe de Estado durante um comício em Caracas com o apoio do presidente norte-americano Donald Trump.

Ao longo dos últimos dias o mundo tem se dividido com relação a situação vivida pelo país. Por uma lado países da América Latina, além de Rússia e China, saíram em defesa da legitimidade da presidência de Maduro. A União Europeia, por sua vez, manteve uma posição neutra e apoiou a realização de novas eleições no país.

No último fim de semana, em reunião extraordinária do Conselho de Segurança das Nações Unidas, 19 dos 35 países assistentes que compõem o órgão se manifestaram pela não ingerência nos assuntos internos da Venezuela e se posicionaram a favor do diálogo entre os atores nacionais.

Ontem, (30/01) o procurador-geral da Venezuela, Tareck William Saab, pediu ao Tribunal Superior de Justiça (TSJ) que proibisse Juan Guaidó de deixar o país, além do congelamento dos bens e contas bancárias do parlamentar.