Os brasileiros trabalham muito e ganham pouco. Com isso, a sua capacidade de compra tem se reduzido nos últimos anos. Isso se deve ao baixo reajuste do salário mínimo em oposição a elevação da cesta básica.
De acordo com o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos
(DIEESE), em janeiro de 2019 o salário mínimo necessário para a manutenção de uma família de quatro pessoas deveria equivaler a R$ 3.928,73. Ou 3,94 vezes o mínimo já reajustado de R$ 998,00.
Esses números mostram que os trabalhadores gastam muitas jornadas para conseguir comprar pelo menos uma cesta básica. “Em janeiro de 2019, com o reajuste de 4,61% no salário mínimo, o tempo médio necessário para adquirir os produtos da cesta básica foi de 88 horas e 05 minutos”.
É uma pequena queda em relação a janeiro de 2018 quando era necessário trabalhar 89h29 minutos para comprar os itens básicos. Ou seja, os trabalhadores destinam, em janeiro de 2019, 43,52% da remuneração para adquirir os produtos.
São Paulo tem a cesta básica mais cara do país: R$ 467,65. O que representa 103h05 de horas trabalhadas. Porém, as altas mais expressivas em janeiro ocorreram em Vitória (5,00%), João Pessoa (4,55%), Natal (3,06%) e Salvador (2,80%).
Em 12 meses, entre janeiro de 2018 e o mesmo mês de 2019, 13 cidades acumularam alta. Merecem destaque as elevações registradas em Goiânia (9,94%), Campo Grande (7,96%) e Belo Horizonte (6,68%).
Já as principais quedas no custo da cesta básica foram observadas no Sul: Porto Alegre (-4,96%), Florianópolis (-4,43%) e Curitiba (-4,16%). Em Curitiba é necessário trabalhar 88h32 min para a compra da cesta básica.
No Paraná, aliás, o salário mínimo regional é de R$ 1306,80. Valor que resultou de uma negociação realizada lá em 2016 entre o governo de Beto Richa e as centrais sindicais. A regra tem vigência até 2020.
Embora Recife (PE) tenha tido uma das maiores altas em janeiro de 2019 (2,43%), a cesta básica é a mais barata do país. Fica em R$ 348,85, o que significa trabalhar 76h54m para a compra dos itens básicos.
