A Bolsonaro, só restava demitir Bebianno

Presidente estava sendo emparedado por ministro da Secretaria de Governo





Foto: Carolina Antunes/PR

ATÉ TERCEIRA ORDEM | Após mais reviravoltas do que a decisão da final da Copa Libertadores, parece que enfim o presidente Jair Bolsonaro (PSL) vai exonerar o ministro da Secretaria de Governo, Gustavo Bebianno. O anúncio foi feito em um dos canais oficiais da presidência da República: A emissora SBT. Até terceira ordem, a confirmação se dará por meio do Diário Oficial da próxima segunda-feira (18).

MÉTODO MORO | A decisão do presidente, segundo a emissora, teria sido tomada após Bebianno vazar áudios que manteve com o presidente para a imprensa. O método poderia estar sendo utilizado para enfraquecer e chantagear o presidente. A técnica de vazar áudios para jornalistas se tornou comum com o ministro da Justiça Sérgio Moro e pelo ex-presidente Michel Temer.

EMPAREDADO | Quem acompanhou o noticiário da semana tinha certeza de que o presidente colocaria seu colaborar na rua quando saísse do hospital. Ainda mais quando teria que fazer uma escolha entre o filho Carlos Bolsonaro e o colega de sigla. Bastava o “mito” sair do hospital para anunciar sua decisão. No entanto, Bebianno havia dito que “não levaria tiro na nuca” e que cairia atirando. Ameaça feita, tudo encaminhava para uma acomodação no governo, com Bolsonaro recuando – como habitual – diante de uma chantagem.

NÃO FALE NADA | A crise estava sendo contornada com o repentino silêncio do Carlos Bolsonaro no Twitter e com o presidente ordenando que o ministro Sérgio Moro “pegasse duro” com o laranjal do PSL. Ou seja, bastou Bolsonaro pisar em Brasília para tudo mudar de forma. O presidente teria sido enquadrado pelas ameaças de Bebianno, pelas advertências dos militares e pelo alerta de Rodrigo Maia (DEM) dizendo que os parlamentares poderiam perder a confiança em um presidente que abandonasse seus colegas?

FALA, BEBIANNO | A crise não se encerra com a exoneração de Bebianno. A não ser que exista um Plano C para abafar qualquer “denúncia” no porvir do ex-presidente do PSL. Se não tiver, Bebianno contará ao povo se a campanha do capitão impulsionou fakes news, se houve facada ou é câncer, porque Bolsonaro não foi aos debates, entre outros? Se arrisca a dizer que o anúncio do projeto da Reforma da Previdência terá que esperar mais um pouco.