FIO DA MEADA: Mulheres são vítimas nas ruas e nas redes

Levantamento do Instituto Avon, por meio das redes sociais Facebook, Twitter e Instagram, registra 14.043.912 menções relacionadas aos assuntos assédio e violência contra a mulher





Paraná reduziu em 30% morte de mulheres nos últimos cinco anos - Foto: Rogério Machado/SECS

A agressão a Elaine Caparróz, no Rio de Janeiro, acentua mais uma vez como as mulheres são vítimas de um país em que o poder público desdenha do feminicídio. Elas são alvo nas ruas, em casa e nas redes sociais. Veja nesse FIO DE MEADA números alarmantes.

INSTANTES. Segundo o Instituto Maria da Penha, uma mulher é vítima de violência física ou verbal a cada dois segundos no país. Já a taxa de feminicídio no Brasil é a quinta maior do mundo, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS).

É REAL. A vereadora Josete (PT) cobra ação do poder público: “Todos os dias vemos uma situação diferente envolvendo uma mulher agredida ou morta. Esses casos não podem ficar apenas nas estatísticas, é preciso focar em medidas de prevenção e políticas públicas mais efetivas”.

IMPUNIDADE. O relatório global 2019 da ONG internacional Humans Rights Watch denuncia que há mais de 1,2 milhão de casos de agressões contra mulheres pendentes na Justiça brasileira.

É MAIOR. Em 2017, 4.539 mulheres morreram no Brasil, de acordo com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, e, dentre essas mortes, 1.333 homicídios foram tipificados como feminicídio. Isso que a PM não registra todos os casos.

NA CARA. Segundo dados recolhidos pela ONG internacional, 23 casas que recebiam mulheres e crianças em necessidade foram fechadas por corte de gastos nos últimos anos. Atualmente, há 74 abrigos abertos.

SEM PROTEÇÃO. A omissão é tamanha que a quantidade de delegacias de atendimento à mulher ou os núcleos especializadas que existem em delegacias também caíram: passaram de 504 para 497.

Foto: Aliocha Mauricio/SEDS

NA REDE. Pesquisa do Instituto Avon revelou que em 2017, o assédio foi o 26º assunto mais comentado na internet. “Somente nos últimos 3 anos, as menções cresceram 324%, com destaque para um novo tipo de assédio, o virtual, que cresceu mais de 26 mil%”, informa o relatório.

NÃO CURTA. O Facebook foi a plataforma em que os temas assédio e violência contra mulher foram mais comentados (41%). Em seguida vêm Twitter (16%), YouTube (13%), Instagram (9%) e Whatsapp (7%). 86% das mulheres recorreram ao anonimato (como perfis falsos) para denunciar a violência sofrida.

COVARDIA SEM ROSTO. Segundo a pesquisa, 96% dos haters são homens e 79% são brancos. Ao se analisar o perfil socioeconômico, 19% são da classe A, 34% da classe B e 31% da classe C. Em 61% das vezes em que os homens se inseriram no debate, foi de forma agressiva e/ou desqualificadora.

PUNIÇÃO. O PLC 18/17, que determina a reclusão de dois a quatro anos, mais multa, para quem cometer o crime conhecido como “vingança pornográfica” — o registro ou divulgação, não autorizada, de cenas da intimidade sexual de uma pessoa, geralmente praticado por ex-parceiros das vítimas foi sancionado por Temer. Hoje é a lei nº 13.772, de 2018.

PROTEÇÃO. O PL 7874/2017, dispôs sobre a perda do poder familiar em caso de feminicídio, de lesões gravíssimas e abuso sexual contra filhos. Virou a Lei Ordinária 13.715/2018, sancionada por Temer.

PROTESTO. No Dia 8 de março as mulheres tomam às ruas e redes sociais contra agressões. Em Curitiba, o ato começa na Praça Santos Andrade, às 12h00. Em SP, o ato “Mulheres contra Bolsonaro. Vivas por Marielle”, ocorre no MASP a partir das 16h.