Inflação em Curitiba está abaixo da média nacional, aponta DIEESE

Pessoas estão trabalhando mais para poder comprar a cesta básica





Foto: Levy Ferreira/SMCS

A inflação no Brasil teve alta no segundo semestre de 2018. De acordo com o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), outubro registrou o maior aumento, batendo 4,56%. Os meses seguintes registraram deflação até chegar a 3,89% em fevereiro de 2019. Mesmo assim, o percentual é acima do mesmo mês em 2018: 2,84%. Nos últimos doze meses, segundo o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE), a inflação ficou em 3,94%. Já em Curitiba,  a inflação acumulada ficou em 3,36% (fevereiro/2019), percentual 0,58 p.p abaixo do INPC Nacional.

Porém, o momentâneo índice menor na capital dos paranaenses não reflete os resultados dos últimos anos. “Analisando a série histórica do INPC (dez/2012 a fev/2019), verificamos
que no período de jan/2014 à mai/2016, Curitiba apresentou variações acumuladas superiores ao INPC Nacional, mas a partir do mês de jun/2016 há uma inversão de tendência, Curitiba começa a apresentar variações inferiores ao INPC Nacional. No período de ago/2017 a nov/2018 o índice de Curitiba foi superior ao índice nacional, já a partir de dez/2018 a inflação acumulada na capitalparanaense tem ficado abaixo da média nacional, fechando fev/2019 em 3,36%”, aponta o DIEESE.

O que mais pesou no bolso dos cidadãos curitibanos foram alimentação e bebidas com 5,57% de acréscimo nos últimos doze meses, alimentação no domicílio (6,05%), alimentação fora do domicílio (4,52%) e habitação (5,53%).

Curiosamente, o transporte coletivo deve deflação no último ano de -0,30%. Isso se deve ao congelamento das passagens em 2018. No entanto, o aumento promovido pelo prefeito Rafael Greca no final de fevereiro (PMN) de 6%, saltando de R$ 4,25 para R$ 4,50 não foi captado pelo INPC.

Cesta básica cara

O DIEESE também divulgou os custos da cesta básica em fevereiro de 2019. Houve aumento em quase todas as capitais, exceto em Belém (-0,27%). As altas mais expressivas ocorreram em Recife (7,88%), Natal (6,75%), Aracaju (6,46%) e Vitória (5,97%). Em Curitiba, a elevação foi de 3,09%, chegando ao valor médio de R$ 414,03. Isso representa 45,,09% do salário mínimo e obriga as pessoas a trabalharem 91h16 horas para comprarem uma cesta básica.

“Quando se compara o custo da cesta e o salário mínimo líquido, ou seja, após o
desconto referente à Previdência Social, verifica-se que o trabalhador remunerado pelo piso nacional comprometeu, em fevereiro, 45,09% da remuneração para adquirir os produtos, percentual superior ao de janeiro, que foi de 43,52%. Em fevereiro de 2018, quando o salário mínimo valia R$ 954,00, a compra demandava 43,79% do montante líquido recebido”, esclarece a nota técnica.

Já o custo da ração alimentar essencial mínima para uma família curitibana (1 casal e
2 crianças), foi de R$ 1.242,09 (hum mil duzentos e quarenta e dois e nove centavos) sendo necessários 1,25 salários mínimos somente para satisfazer as necessidades do trabalhador e sua família com alimentação no mês de fevereiro de 2019.

“Em fevereiro de 2019, o trabalhador curitibano remunerado pelo salário mínimo
comprometeu 91 horas e 16 minutos de sua jornada mensal para adquirir os gêneros
essenciais, tempo superior às 90 horas e 33 minutos exigidas em janeiro de 2019. Quando
se compara o custo da cesta e o salário mínimo líquido, ou seja, após o desconto referente à Previdência Social, a relação passou de 43,74% em janeiro de 2019 para 45,09% em
fevereiro de 2019”, conclui a nota.