Custo dos servidores é o menor em 10 anos, afirma APP Sindicato

Com salários congelados há três anos, funcionalismo estadual vai fazer greve no dia 29 de abril para exigir o pagamento da data-base





Foto: Leandro Taques

O governador Ratinho Júnior (PSD) já anunciou que pretende congelar o salários dos servidores em 2019 e dialogar sobre reajuste somente a partir de 2020. A posição, além de contrariar o discurso de campanha, promove o quarto ano consecutivo sem reajuste para o funcionalismo estadual. O governo do estado alega limite de custos apontado pelo Tribunal de Contas do Estado. Números que são contestados pela APP-Sindicato, entidade que participa de audiência pública hoje (23), na Assembleia Legislativa do Paraná, sobre a data-base.

Segundo o Executivo, “em 2018, o governo estadual gastou 44,56% da receita corrente líquida (RCL) com pessoal – equivalente a 90,95% do permitido da LRF. Os dados constam do Relatório de Gestão Fiscal do Poder Executivo relativo ao terceiro quadrimestre do exercício, que soma todas as despesas do ano”.

Mas, para a APP, os números revelam que Ratinho recebeu a gestão com o menor percentual de gasto com pessoal dos últimos 10 anos. De acordo com o economista Cid Cordeiro Silva, a folha de pagamento dos servidores é o menor desde 2009. Há 10 anos, o índice era de 45,11%, chegou a 48,77% em 2013 e, desde então, vem caindo sucessivamente. As informações têm como base relatório fiscal da Secretaria da Fazenda.

O presidente da APP-Sindicato, professor Hermes Leão, destacou que os estudos econômicos mostram que o Estado tem condições legais e financeiras para pagar a reposição. Ele lamentou que o governo esteja repetindo o discurso de terrorismo fiscal utilizado pelo seu antecessor, Beto Richa (PSDB), e criticou a postura do chefe do Executivo. “Essa atitude do governador, de falar sobre a data-base sem antes debater com os servidores é um desrespeito e uma contradição à valorização e o respeito que ele mesmo prometeu”, disse.

Paralisação

Os sindicatos ligados a FES preparam uma greve geral para lembrar os quatro anos do Massacre do Centro Cívico, quando o governo de Beto Richa (PSDB) aprovou mudanças na ParanáPrevidência. A manifestação marcada para o 29 de abril ainda tem como pauta a data-base, contra a reforma da previdência de Jair Bolsonaro (PSL) e pela manutenção de direitos dos servidores públicos.

 Um pouco antes, no dia 23 de abril, ocorre uma audiência pública na Assembleia Legislativa do Paraná. Os servidores públicos estão sem reajuste desde janeiro de 2016 e acumulam perdas inflacionárias de 16%, segundo o Fórum das Entidades Sindicais do Paraná.