Cortes na educação ameaçam integração na tríplice fronteira

Em nota, UNILA diz que 58% de seus estudantes são do Paraná





Aula inaugural da UNILA com o ex-presidente do Uruguai, Pepe Mujica. Foto: Divulgação Unila

Os cortes promovidos pelo presidente Jair Bolsonaro (PSL) também deve atingir a integração na tríplice fronteira. De acordo com a Universidade Federal da Integração Latino-Americana (UNILA), a região de Foz do Iguaçu está perdendo R$ 14,2 milhões. Idealizada por Lula e fundada em no dia 12 de janeiro de 2010 na fronteira entre Brasil, Argentina e Paraguai, durante o governo de Dilma Rousseff (PT), a universidade tem 5.207 estudantes de graduação, dos quais 3.058 (58% aproximadamente) são do Paraná.

Em nota da Reitoria, é informado que os recursos bloqueados por Bolsonaro para a UNILA foram apresentados pelo Executivo e votados pelo Executivo, pertecendo já ao planejamento da universidade. O texto destaca que “as federais respondem por 95% da produção de conhecimento científico do Brasil. São dezenas de hospitais universitários dedicados plenamente ao SUS, colégios de aplicação, ações de extensão voltadas às demandas das comunidades locais/regionais, na maioria dos casos às mais vulneráveis”.

Para a Reitoria, a integração da tríplice fronteira está ameaçada com o corte de receitas. “Em apenas nove anos de existência, a instituição já é responsável por 80% dos programas de pós-graduação stricto sensude Foz do Iguaçu; dos 23 cursos de graduação já avaliados pelo MEC, 22 receberam notas 4 ou 5 (nota máxima). Na extensão, as ações incluem alfabetização a populações mais vulneráveis, formação de docentes da educação básica, reforço escolar e ações culturais, do centro à periferia”.

Aula inicial da UNILA em 2012. Foto: Divulgação UNILA

Paralisação nacional

Está sendo preparado para o próximo dia 15 de maio uma paralisação nacional contra os cortes na educação. No Paraná, os cortes atingem a UFPR, a UTFPR, o IFPR e a Unila. “Para enfrentar tudo isso, a UNILA está construindo uma agenda de diálogo com as demais universidades federais, além de representantes políticos locais, regionais e nacionais, bem como reforçando os canais de interação e foros já existentes, a fim de tentar a reversão desses bloqueios orçamentários”, informa a reitoria.

A UNE está convocando uma paralisação para o dia contra as medidas do Governo Federal.  “A União Nacional dos Estudantes declara Bolsonaro e seu ministro Inimigos da Educação, e convoca a todos e todas estudantes, de todos os cursos e áreas, que se preocupam com o futuro do Brasil e da universidade brasileira para que no dia 15 de maio estejamos nas amplas mobilização do movimento educacional com atos e manifestações nas universidades como o DIA DO BASTA!”, direciona.