Sindicatos realizam assembleias para convocar para greve geral

No Paraná, servidores públicos devem aprovar greve pela data-base





Em 2015, o governo Beto Richa (PSDB) foi o primeiro a romper com a lei da data-base, naquele ano, uma grande greve da categoria garantiu uma nova política de reajuste salarial para vigorar entre 2015 e 2017. Foto: Leandro Taques

Diversos sindicatos do Paraná estão convocando seus filiados para aprovar a participação na greve geral do dia 14 de junho contra a reforma da previdência. Assembleias estão sendo realizadas hoje (6) e muitas entidades já optaram pela paralisação. É o caso da APP-Sindicato, que decidiu pela greve no dia 14 contra a reforma e em defesa da data-base. As entidades ligadas ao Fórum das Entidades Sindicais (FES), como o sindicato de professores estaduais, também estão debatendo uma greve unificada a partir 25 de junho. Essa greve discute exclusivamente o reajuste do funcionalismo público estadual que está com os vencimentos congelados há três anos e alega ter prejuízos financeiros de 17%.

Nesta data, o Sindicato dos Jornalistas (Sindijor-PR), o Sindicato dos Engenheiros do Paraná (Senge-PR), o Sindicatos dos Servidores Municipais de Curitiba (Sismuc) e do Magistério (Sismmac), por exemplo, realizam assembleias para aprovar a participação na greve geral.

De acordo com os jornalistas, “a Proposta de Emenda à Constituição 06/2019, da Reforma da Previdência, vai prejudicar – e muito – a maioria da população brasileira, sem cortar qualquer tipo de privilégio. Mulheres, homens, trabalhadores rurais, urbanos, professoras, celetistas, servidores públicos, terceirizados, precarizados, informais. Idosos pobres, crianças órfãs, viúvas, pessoas com deficiência, mulheres grávidas. Todos, sem exceção, estão com o futuro em risco se a proposta de reforma do presidente Jair Bolsonaro for aprovada”.

Já o Senge-PR informa aos seus associados que “a reforma da previdência tem avançado na Câmara dos Deputados. O presidente Rodrigo Maia (DEM) quer que a votação ocorra até o fim do mês de junho. No último dia 30 de maio terminou o prazo para que os deputados apresentassem emendas”.

Sismuc e Sismmac, que representam mais de 30 mil trabalhadores na capital, assinalam que “a greve do conjunto da classe trabalhadora é necessária para barrar o fim da nossa aposentadoria. O governo de Jair Bolsonaro quer acentuar a miséria entre os trabalhadores e enriquecer aqueles que já tem muito dinheiro, os banqueiros e empresários”.

Servidores estaduais em mobilização por greve. Foto: Leandro Taques

Os metalúrgicos do Paraná, representados pelo SMC e Força Sindical, também aprovaram a participação na greve do dia 14 de junho. Assembleias realizadas ao longo da semana confirmaram a paralisação.

Outra categoria importante no estado representada pelo Sindicato dos Bancários de Curitiba e Região convoca uma assembleia pro dia 11 de junho. Com 80 anos de história e com 7 mil sindicalizados, os Bancários explicam que “a pauta central da paralisação, que deve ocorrer em todo o País, será a defesa do direito de aposentadoria e o repúdio à Proposta de Emenda à Constituição 6/2019, além da defesa da Educação pública e de qualidade e por mais empregos”.

Em Brasília, o presidente nacional da CUT, Vagner Freitas, projeta uma paralisação dos moldes do que foi feita pelos estudantes. “Para a mídia e aqueles que esconderam que as manifestações da educação, nos dia 15 e 30 de maio, foram, sim, datas sindicais; foram, sim, chamadas e construídas pelos sindicatos de trabalhadores na educação do Brasil inteiro; foram, sim, chamadas pelas Centrais Sindicais e tiveram a importantíssima participação dos estudantes, do movimento estudantil [aliás, uma salva de palmas aos estudantes], essa é a nossa resposta e essa resposta virá ainda maior na greve geral”, destacou.

Agenda de mobilizações
A paralisação no Paraná está sendo “turbinada” pela manifestação dos servidores estaduais organizados pelo FES. No dia 14 de junho, a concentração está marcada para a Praça Nossa Senhora de Salete a partir das 10h00. Eles reivindicam uma reunião com o governador e uma proposta de reposição da inflação.

Muitos sindicatos ligados ao FES já estão em estado de greve, como o Sindiseab, que aprovou o posicionamento em 29 de março e deve realizar uma nova assembleia em 19 de junho, quando propõe participar da greve unificada a partir do dia 25 de junho. Dessa vez, a pauta é pela data-base. De acordo com o FES, os sindicatos têm até dia 22 de junho para “realizarem suas assembleias para deflagração de greve”.

Deliberação do FES
14/06: Greve Geral em defesa da data-base e contra a reforma da Previdência. Concentração às 10h na Praça Nossa Senhora de Salete.
15/06: início da realização de plenárias regionais unificadas.
21/06: dia de combate à corrupção jurídica.
22/06: data final para as categorias realizarem suas assembleias para deflagração de greve.