O Sindicato das Empresas de Ônibus de Curitiba e Região Metropolitana (Setransp) lançou a operação Fura-Catraca. O objetivo dessa operação é informar sobre os custos para o transporte coletivo por causa das pessoas que não pagam passagem. Contudo, a operação tem causado polêmica porque o Sentranso contratou uma empresa para coibir a prática nas estações tubos. O poder de fiscalização é de competência da Prefeitura de Curitiba e demais municípios e cabe a Guarda Municipal fazer esse monitoramento.
De acordo com a Setransp, cerca de 4 mil pessoas sem direito deixam de pagar passagem diariamente. Isso equivale a prejuízo de R$ 6 milhões por ano, o que representa cerca de cinco novos ônibus biarticulados. Por isso, o sindicato contratou uma empresa para participar da campanha. Os chamados “controladores de acesso” vão entregar panfleto aos passageiros explicando o que é e como vai funcionar a Operação Fura-Catraca e lembrando que embarcar nos ônibus sem pagar a passagem é crime.
Se mesmo assim houver invasão ou qualquer tipo de violência, a situação será repassada aos órgãos de segurança pública, como a Guarda Municipal e a Polícia Militar. “Nosso foco é conscientizar a população de que pular a catraca traz um prejuízo enorme para a cidade, retardando investimentos na melhoria do sistema e deixando a tarifa mais cara para todos, o que não é justo”, disse o diretor executivo das Empresas de Ônibus de Curitiba e Região Metropolitana, Luiz Alberto Lenz César.
A operação é uma forma de fazer valer a lei 14.856/16, aprovada na Câmara Municipal, que estabelece multa equivalente ao custo de 50 passagens (R$ 225 atualmente) a quem for pego utilizando o transporte sem pagar. A multa dobra em caso de reinscidência.
A iniciativa é criticada pela oposição. O presidente do PT de Curitiba e suplente de vereador, André Machado, disse demonstrar preocupação com a medida. Para ele, os fura-catracas são efeito da crise social que o país vive. “Há alguns anos, segundo as empresas de ônibus, o perfil do “fura catraca” era de jovens (estudantes, tribos urbanas ou torcedores, segundo a denominação das empresas). Hoje, 7 em cada 10 pessoas “fura catracas” são passageiros comuns, que antes pagavam suas passagens e agora não estão mais conseguindo pagar. Ou seja, é um problema social novo que precisa ser tratado, compreendendo a situação do povo, e não somente como uma questão de segurança”.
No dia 5 de junho, um após o lançamento da operação fura-catraca, uma ação da Guarda Municipal de Curitiba na estação-tubo Constantino Marochi, no Juvevê flagrou 26 pessoas embarcando nos ônibus sem pagar a passagem. De acordo com o Setransp, “policiais militares do 20º Batalhão auxiliaram no patrulhamento do entorno e nos procedimentos no cartório da unidade, para onde os fura-catraca foram encaminhados. A iniciativa teve o nosso apoio e da Urbs”.
Ônibus para todos
O vereador Geovane Fernandes (PTB) está sugerindo gratuidade a todos os passageiros do transporte coletivo de Curitiba. A recomendação foi feita ao executivo. Os empresários custeariam o sistema que daria margem ao “catraca-livre”.
De acordo com a Câmara Municipal, “o teto de contribuição das empresas seria em torno de R$ 79,00 por funcionário, não sendo descontado nenhum valor da remuneração mensal do colaborador, que passaria a ter um ganho real de 6% em sua remuneração. O empregador contribui com 90%, sobre o custo do sistema RIT, hoje R$ 79.315.200,69, sendo que a diferença seria custeada pelo município ou pelo estado”. O projeto é iniciativa do engenheiro Edilson Miranda sobre mobilidade urbana.
Já o o vereador Herivelto Oliveira (PPS) propôs ao Poder Executivo a realização de estudos sobre a viabilidade técnica e financeira de se “baratear” a passagem paga pelos usuários da capital (203.00116.2019). ““Teremos a nova licitação do transporte, em 2025, e o momento de discutir a tarifa e as gratuidades é este”, justificou em registro no site da CMC.