In Moro We don’t trust

Pressão aumenta sobre ministro com novas denúncias





Foto: Lula Marques/Agência PT

NO PEITO | A mais nova revelação do The Intercept de que o procurador da República havia conversado com o ministro do STF, Luiz Fux, para barrar a entrevista de Lula e comunicado ao juiz Sérgio Moro complica ainda mais a atuação dos dois. Ou os três, no caso. A mensagem lida durante programa de Reinaldo Azevedo, na Rádio Band News, foi mais um tiro na imparcialidade de Moro. Está cada vez mais claro que ele era o grande líder da acusação.

Intercept revela novas conversas entre Deltan e Moro citando atuação do ministro do STF Luiz Fux

FALA MAIS | A revelação, aliás, não foi a única do dia. O Intercept publicou diálogos mais completos entre Moro e Dallagnol. Nessas conversas, fica mais claro a dobradinha entre acusação e juiz que julgar os réus. Eles combinam ações, testemunhas, etapas da operação, estratégias, entre outros. A todo momento Deltan Dallagnol anuncia seus passos ao seu mentor.

MENTIU | Nesse díalogos, fica claro que Moro em nenhum momento se arrependeu de ter vazados os diálogos ilegais entre o ex-presidente Lula e a presidente Dilma. Após a repercussão negativa, Moro, chamado às falas pelo então ministro Teori Zavaski, pediu “escussas” pelos seus excessos. Mas, a Dallagnol, revelou sua falta de arrependimento:

Moro – 22:10:55 – nao me arrependo do levantamento do sigilo. Era melhor decisão. Mas a reação está ruim.

BOBINHO | Para a Polícia Federal, todos as conversas vazadas tem um único endereço: o celular de Deltan Dallagnol. Ele está em todas os díalogos revelados pela reportagem. O ministro Gilmar Mendes, após novas revelações, classificou o procurador como bobinho. “O chefe da Lava Jato não era ninguém mais, ninguém menos do que Moro. O Dallagnol, está provado, é um bobinho. É um bobinho. Quem operava a Lava Jato era o Moro”.

É TRUCO ? | PF, Moro e Dallagnol insistem na tese de que os celulares foram hackeados. E parecem trabalhar apenas com essa linha de investigação. Suspeita que em nenhum momento foi corroborada pelo Intercept. Pelo contrário, o jornalista Gleen Greenwald diz que quando mais atiram, mas erram. Ele lembrou da postura do governo norte americano durante as denúncias feitas por Snowden.

TACADA DE MESTRE | Aliás, a decisão do Intercept de revelar mais um trecho do material que possui em um programa de rádio foi uma tacada de mestre. Ao fatiar com outros veículos as denúncias, eles ampliam o público e mantém o assunto em toda a mídia. A perguntar é: qual será a próxima parceria?

FIDELIDADE CANINA | Ontem (12), Moro não saiu do lado do presidente Jair Bolsonaro (PSL). Ficaram tão juntos a ponto de no jogo do Flamengo, em Brasília, o palmeirense presidente e o ministro torcedor do Athletico Paranaense vestirem a camisa rubro-negra. Moro está completamente dependente de Bolsonaro. Quanta diferença do episódio ocorrido há anos quando o deputado tenta cumprimentar o juiz e esse o deixa no vácuo.