Veja/Intercept desnundam Moro

Reportagem de capa revela método irregular do juiz da Lava Jato





Capa da Revista Veja, em parceria com o Intercept Brasil.

A reportagem de Capa da Revista Veja, em parceria com o Intercept Brasil, vai a fundo nas conversas dos procuradores da Lava Jato e do ex-juiz Sérgio Moro. Elas trazem novas conversas comprometedoras, envolvem novos personagens, confirmam a veracidade dos diálogos e complicam ainda mais a posição do ministro da Justiça e do procurador da República Deltan Dallagnol.

NOVOS PERSONAGENS | A mais ampla reportagem até aqui sobre o escândalos da Vaza Jato trouxe novos fatos e novos personagens sobre a conduta do juiz Sérgio Moro. E muitos desses casos não tinham nenhuma relação com a prisão e condenação do ex-presidente Lula. Dessa vez, a reportagem mostra a atuação ilegal do juiz na investigação de membros do MDB e de outros casos de corrupção envolvendo as empreiteiras. É sintomático, por exemplo, a posição de Moro atuando para impedir a delação premiada do ex-deputado federal Eduardo Cunha, personagem central no golpe contra Dilma Rousseff.

VELHAS PRÁTICAS | Embora muitos personagens sejam novos, as práticas de Sérgio Moro, Deltan Dallagnol e dos membros do MPF consolidam sua velhas práticas de agirem fora dos autos e em uma conduta proibida pelo Código de Processo Penal. De forma mais amplificada, a reportagem mostra Moro mandando incluir provas, esconder provas, combinando velocidade de operações e de protocolos. Em um dos episódios mais escandalos registrado pela reportagem, Moro combina com Dallagnol a manifestação do MPF sobre a ação que trata do pecuarista Bumlai. Além de combinarem os prazos, o procurador ainda ainda a manifestação do MPF para que Moro já redija sua decisão.

AGIU NA ILEGALIDADE | A ampla reportagem publicada pela revista, em parceria com o Intercept, confirma um método da Lava Jato de sempre agir fora da lei. É o que avalia a Veja em sua “Carta ao Leitor”. A reportagem “revela de forma cabal como Sergio Moro exorbitava de suas funções de juiz, comandando as ações dos procuradores na Lava-Jato”.

Já o jornalista Gleen Greenwald, que assina a reportagem, destaca que “o novo ponto chave é o seguinte: os atos corruptos de Moro não eram isolados ou episódicos, mas contínuos e crônicos”. Veja análise publicada no Intercept.

QUEM CALA, CONSENTE | Não é apenas a parcialidade de Moro e da Força Tarefa da Lava Jato que estão em jogo. Mas o próprio sistema judiciário brasileiro. Se, precipitadamente, os próprios procudadores e o Conselho Nacional saíram em defesa da operação, agora, qualquer silêncio denuncia contra eles. Ainda mais porque o que se tem argumentado é que as reportagens não são contra a Lava Jato, mas em defesa da democracia e do Estado de Direito. Deixam implícito que os fins não justificam os meios e que nem Moro está acima da lei.

MORO PERSEGUE GLEEN | Agora, se Moro não era imparcial na função de juiz, imagina o que pode se pensar dele agora que ocupa uma função política. Se ele transgredia as regras que prometeu honrar, nada impede que ele, servindo a um governo de extrema-direita, corrompa todos os limites legais e morais para se manter no cargo. Até iniciar uma investigação irregular contra jornalistas que denunciam a sua conduta, como no caso do COAF.