Desigualdade racial da pobreza diminuiu no governo do PT, afirma IPEA

Entre os fatores que impulsionaram a melhoria nas condições de vida da população brasileira estão o aumento do emprego, a expansão das políticas de transferência de renda





19/03/2017- Monteiro- PB, Brasil- Os ex-presidentes Lula e Dilma Rousseff viajam para Monteiro-PB ao lado do governador Ricardo Coutinho. Foto: Ricardo Stuckert / Instituto Lula

O PT destruiu o Brasil, diz o senso comum. Contudo, não é isso que mostra o estudo “A desigualdade racial da pobreza no Brasil”, produzido pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), orgão do Governo Federal. Com base em informações sobre renda da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), do IBGE, se revela que entre os anos de 2004 e 2014, nos governos de Lula e Dilma, houve redução da pobreza entre a população preta, parda e branca.

“Entre os fatores que impulsionaram a melhoria nas condições de vida da população brasileira estão o aumento do emprego, a expansão das políticas de transferência de renda, mudanças geográficas, maior escolarização da força de trabalho e valorização real do salário mínimo”, explica Rafael Guerreiro Osorio, responsável pelo levantamento que acaba de ser publicado.

Para se chegar a conclusão de que a pobreza no país caiu nesse período, a pesquisa levou em consideração os dados que abordam a renda domiciliar per capita como indicador adequado nos estudos de pobreza e desigualdade, e também como critério de elegibilidade às transferências monetárias da assistência social.

O estudo, ao analisar a renda, conclui que  a queda foi maior entre pretos e pardos que entre brancos, o que levou à diminuição da desigualdade racial da pobreza. Embora tenha diminuído, ela continua elevadíssima.

“Em 2014, o nível dos indicadores de pobreza de pretos e pardos era quase igual ao dos brancos em 2004, quando, na média das linhas de pobreza consideradas, pretos tinham chance 2,5 vezes maior de serem pobres que os brancos; e a chance dos pardos era 3,2 vezes maior. Em 2014, a chance de pretos serem pobres ainda era 2,1 vezes maior que a dos brancos, enquanto a dos pardos permanecia alta, 2,6 vezes maior”, destaca a pesquisa do IPEA.

Contudo, a redução da pobreza não significa a diminuição do preconceito racial. ” Não é possível concluir, por exemplo, que teriam diminuído as consequências do racismo, do preconceito e da discriminação sobre o bem-estar de pretos e pardos”, alerta o levantamento.