Jornalistas e o jornalismo no protagonismo da história do país

Ameaças a liberdade de imprensa devem ser enfrentadas





Foto: Marcos Tristão/ABI

O ano de 2019 tem colocado o jornalista no protagonismo dos acontecimentos do Brasil. Enquanto os donos do poder no país usam de suas representações no executivo, legislativo e judiciário para continuar a implantação de retrocessos na vida da população, publicações de reportagens do site The Intercept Brasil denunciam os métodos utilizados na Operação Lava Jato que levaram à eleição do presidente Jair Bolsonaro.

A publicação dos jornalistas, liderada pelo norte-americano Glenn Greenwald, de mensagens do aplicativo Telegram entre procuradores da LavaJato e o então juiz Sérgio Moro deve ter novos capítulos, já que há centenas de milhares de informações sendo verificadas.

A reação do governo às reportagens é um forte ataque à democracia quando busca culpar os profissionais jornalistas envolvidos diretamente na chamada Vaza Jato. Todos os jornalistas do país devem defender publicamente os direitos do jornalista ao sigilo de fonte e liberdade de expressão.

É preciso ter muito claro que o papel do jornalista, ao ter acesso à informação de interesse público, é o de publicá-la. A liberdade de expressão é um direito Constitucional, um dos pilares da democracia que ainda vivemos.

A Federação Nacional dos Jornalistas lidera a defesa dos profissionais, do jornalismo e da democracia muito antes da perseguição do governo contra a equipe do Intercept. Desde o golpe de 2016, a entidade se posiciona denunciando o avanço do fascismo no país, representado pela eleição de Bolsonaro.

Neste momento em que vivemos diariamente ataques contra a profissão, jornalistas se reúnem no final de agosto para organizar a resistência da categoria e coletivamente fazer esse enfrentamento que, inacreditavelmente, é preciso ser feito em pleno século XXI: defender os princípios básicos da apuração jornalística, de sigilo de fonte e de checagem de informações. O despertar na profissão já começou.