Ginástica rítmica se despede do Pan com ouro no conjunto e prata na fita

Quinteto com Deborah Medrado, Camila Rossi, Beatriz Silva, Nicole Pircio e Vitoria Guerra foi o melhor nos três arcos e dois pares de maças. Bárbara Domingos se destacou na fita




FonteBreno Barros - Rede do Esporte

Foto: Wander Roberto/COB

A geração promissora da ginástica rítmica, estreante em Jogos Pan-Americanos e com apenas quatro meses de preparação na cidade de Aracaju, finalmente desabrochou. O conjunto brasileiro, formado por Deborah Medrado, Camila Rossi, Beatriz da Silva, Nicole Pircio e Vitoria Guerra, superou os erros do último sábado (03.08) que fizeram escapar o hexa na disputa geral e conquistou, nesta segunda-feira (05), o título dos Jogos Pan-Americanos na prova mista por aparelhos de três arcos e dois pares de maças. Na prova individual da fita, Bárbara Domingos conquistou a prata para o Brasil.

As ginastas fizeram uma apresentação precisa no ginásio da Vila El Salvador, em Lima, emocionaram o público ao som da música eletrônica do DJ Vegas, com a canção Akasha, e cravaram a série com a maior nota da atual equipe em competições internacionais, com 24.250 pontos.

O público que compareceu ao último dia de ginástica rítmica dos Jogos Pan-Americanos de Lima assistiu a apresentações de alto nível, com séries que abusaram de critérios de dificuldade com o objetivo de somar o maior número de pontos. As mexicanas, que chegaram como favoritas ao título, ficaram com a medalha de prata, com 23.050 pontos. O terceiro lugar foi para as ginastas de Cuba, com 22.200.

“Saiu a série cravada que a gente tanto sonhava. Fizemos o que treinamos muito. Conseguimos colocar dentro de quadra tudo o que repetimos muito durante os treinamentos. O nosso objetivo era esse: cravar a série”, comemorou a ginasta Déborah Medrado.

O Hino Nacional foi finalmente ouvido no pódio da ginástica rítmica depois de o jovem quinteto brasileiro, com idade média de 17 anos, ter conquistado duas medalhas de bronze em Lima: no geral e nas cinco bolas. Na avaliação de Déborah, as séries de todos os países nesta segunda-feira foram difíceis. “Todo mundo está investindo na execução de muitos critérios, porque agora na avaliação dos juízes quem faz mais ganha mais nota. Então, a gente cravou a melhor sequência e o resultado foi a medalha de ouro”.

A ex-ginasta e técnica da Seleção Brasileira, Camila Ferezin, considera que o resultado cria uma expectativa em relação ao futuro da nova geração da modalidade. Segundo Camila, as cinco ginastas tiveram somente quatro meses de treinamentos antes de encarar o desafio de representar o país no Pan.

Foto: Wander Roberto/COB

“É um time promissor, pois são jovens e que chegaram aqui sem experiência em Jogos desta magnitude. Nenhuma das atletas tinha participado de Pan. Por conta disso, cometemos erros na estreia em função do nervosismo”, frisou a técnica.

Por conta da pouca idade, a técnica da Seleção acredita que as atletas têm condições de representar a Seleção Brasileira nos próximos três ciclos olímpicos na ginástica rítmica. “Pela primeira vez conseguimos montar uma equipe que tem em condições de disputar entre as melhores do mundo, porque a nossa maior dificuldade é manter um grupo que permanece. Na Europa, as ginastas competem juntas durante dois ou três ciclos com o objetivo de chegar entre as melhores do mundo. As meninas que estão aqui têm condições de permanecer bastante tempo na equipe”, projeta a técnica.

Logo depois de receber a medalha de ouro dos Jogos Pan-Americanos, as brasileiras já transferiram o foco para maio de 2020. Será a última oportunidade de conquistar a vaga para os Jogos Olímpicos de Tóquio, no Japão. O Brasil precisa conquistar o título do Pan-Americano que será disputado nos Estados Unidos. “É muito bom sair daqui com uma medalha de ouro e com série cravada. Assim, as atletas ganharam confiança para disputar o Pan-Americano da modalidade com o objetivo de garantir a vaga olímpica”, diz a treinadora.

Prata na fita

Na disputa individual com a fita, a curitibana Bárbara Domingos garantiu a medalha de prata no último dia de competições da ginástica rítmica. Com 19 anos, a ginasta conquistou o pódio ao somar 17.450 pontos. O título continental ficou com a norte-americana Evita Griskenas, com 17.950, e a mexicana Karla Diaz levou o bronze, com 16.200.

Fotos: Wander Roberto/COB

“Estou muito feliz. Acho que a medalha é um reconhecimento de dever cumprido, por tudo que passei. A cada dia na competição sentia que vinha evoluindo. É fruto de um trabalho que vem sendo produzido há muito tempo e acho que não tem sensação melhor do que estar com a medalha no peito”, disse Barbara. Na sua estreia em Jogos Pan, o pódio de Bárbara veio depois de bater na trave em outras duas provas. Ela ficou em quarto no individual geral e na bola. Já nas argolas e nas maças a jovem curitibana terminou em quinto lugar.

Ginástica no Pan 2019

A ginástica rítmica brasileira somou cinco medalhas nos Jogos Pan-Americanos de Lima 2019. Além dos pódios desta segunda, Natalia Gaudio conquistou o bronze no individual geral e o conjunto levou bronze na disputa geral e de cinco bolas.