Os bandidos de estimação de Moro e Dallagnol

Fio da Meada: FHC, Cunha e Onyx, os aliados que não podiam ser melindrados





Foto: José Cruz/Agência Brasil

A Lava Jato ganhou visibilidade nacional ao prender políticos e empresários. Com o argumento de que era uma operação de combate à corrupção e apartidária, a Força Tarefa teve apoio nacional. No entanto, a prisão de Lula enquanto outros personagens suspeitos seguiam soltos aumentou a desconfiança em relação ao juiz Sérgio Moro e ao procurador Deltan Dallagnol. A série de reportagens “Vaza Jato”, produzida pelo The Intercept Brasil e diversos parceiros mostrou que a pulga atrás da orelha realmente coçava. Os “heróis nacionais” têm bandidos de estimação. Veja no Fio da Meada.

PANO PRA CUNHA | O Buzzfeed, novo veículo na série, publicou reportagem mostrando que o então juiz Sérgio Moro era contra a apreensão do celular de Eduardo Cunha pela Força Tarefa e chegou a se reunir com Deltan Dallagnol para impedir essa apreensão.

PROTEGENDO CUNHA | Essa foi a segunda vez que Moro protegeu Cunha. Na primeira, o juiz “implacável” contra a corrupção aconselhou a não aceitar a delação do ex-presidente da Câmara dos Deputados. Moro não queria ouvir o que o responsável pelo impechment de Dilma Rousseff tinha a falar.

BANDIDO DE ESTIMAÇÃO | O cuidado de Moro com Cunha é questionado por Gleen Greenwald.

CARRASCO | Bem antes da Vaza Jato, o juiz Sérgio Moro não era tão voraz contra Cunha e esposa como contra Lula e Dona Marisa. Moro chegou a ponto de extinguir a acusação, mas a negar inocência de Marisa após sua morte.

MÚSICA NO FANTÁSTICO | O mesmo rigor não teve com Claudia Cruz, que se beneficiou da corrupção do Marido. Ao inocentá-la, Moro afirmou que ela foi negligente com os gastos luxuosos. Uma bela passada de pano.

CORRUPTO DE ESTIMAÇÃO | Voltemos a Dallagnol e seus bandidos de estimação. Com relação a Onyx Lorenzoni, o procurador não só sabia que ele era investigado por Caixa 2 como escondeu esse conhecimento ao considerá-lo aliado nas 10 medidas contra a corrupção. É uma prova gravíssima de omissão e de investigação seletiva.

PERDOADO | A omissão de Dallagnol foi curtida por Moro. Já ministro da Justiça, o “batman” disse que existe “caixa 2 e caixa 2”, perdoando Onyx, em quem tinha confiança pessoal. Apressadamente, Dallagnol defendeu Moro e Onyx. Agora sabemos o porquê.

“Caixa 2 e corrupção não se confundem”, relativou Dallagnol em fevereiro desse ano.

O PRÍNCIPE | Além de Cunha e Onyx, talvez o mais importante político de estimação de Moro e Dallagnol seja o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, de quem o apoio é fundamental. “Ah, não sei. Acho questionável pois melindra alguém cujo apoio é importante”, advertiu Moro ao “bobinho”.