“Dia do Fogo” foi manifestação em apoio a Bolsonaro

MPF acionou Ibama que não tinha recursos e segurança para fiscalização





Manifestação em Curitiba em defesa da Amazônia. Foto: Júlio Carignano

O presidente Jair Bolsonaro (PSL) acertou quando disse que os incêndios na Amazônia eram criminosos. Só errou o alvo. Ao invés de ONGs, como ele sugeriu em mais uma fake news, os responsáveis pelas queimadas eram sindicalistas, produtores rurais, comerciantes e grileiros da região de Novo Progresso, no Pará. O fogo as margens da BR 163 era uma mobilização de apoio ao presidente e contra leis e regras de proteção ambiental, como mostra a revista Globo Rural.

O governo foi alertado dos incêndios no dia 7 de agosto, três dias antes de eles ocorrerem. O Ministério Publico Federal alertou ao Ibama da região que informou não ter pessoal e segurança suficiente para impedir as queimadas.

No ofício encaminhado ao Ibama, o MPF alerta que a reportagem informando que “é necessário chamar atenção das autoridades que na região o avanço da produção acontece sem apoio do governo” e que “é necessário “mostrar para o presidente que queremos trabalhar e o único jeito é derrubando e para formar e limpar nossas pastagens é com fogo”.

Ofício alerta para o Dia do Fogo

O site da Folha do Progresso seguiu informando que “após o Jornal Folha do Progresso alertar para o Dia do Fogo, os satélites detectaram que não somente Novo Progresso, mas a região em sua imensidão esta queimando”. o veículo ainda registra que “para muitos produtores de Novo Progresso, o Presidente da República Jair Bolsonaro, vai encontrar uma saída em aliviar a dor das multas, incentivar a produção nas terras produtivas da Amazônia”.

MPF
O Ministério Público Federal (MPF) no Pará conduz investigações em três municípios e na capital paraense, para apurar a diminuição no número de fiscalizações ambientais na região, a ausência da Polícia Militar do estado no apoio às equipes de fiscalização e o anúncio.

“O MPF questiona o argumento do déficit orçamentário inclusive com as recentes ações e declarações das autoridades governamentais em Brasília que dispensaram os serviços do Inpe, uma entidade pública federal, anunciando a contratação de empresa privada para realizar o sensoriamento remoto de áreas desmatadas”, alerta.