CPIs encurralam governo Bolsonaro

Postagens mentirosas e irregulares da Lava Jato são alvos da oposição





Deputada não quer que Fake news sejam investigadas. Foto: Cleia Viana/Câmara dos Deputados

Duas CPIs no Congresso Nacional colocam o governo Bolsonaro e seus aliados contra a parede. A primeira delas, das Fake News, no Senado, apresentou seu plano de trabalho no último dia 17 de setembro. Já a CPI da Vaza Jato coletou 175 assinaturas necessárias e já foi protocolada na Câmara dos Deputados, aguardando apenas autorização do presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM), para ser instalada.

A CPMI das Fake News encurrala, principalmente, o partido do presidente Jair Bolsonaro, o PSL. Os bolsonaristas tentam obstruir de todas as formas a instalação da comissão e impedir que executivos do Facebook, Instagram e WhatsApp fossem convocados a prestar esclarecimentos.

“Apesar do clima criado nas duas últimas reuniões, quase de torcidas futebolísticas, nossa CPMI pode e deve prosseguir com um conceito de investigação que sirva ao Brasil”, disse a deputada Lídice da Mata (PSB-BA, segundo a Agência Senado.

Já a CPI da Vaza Jato coloca em maus lençóis a operação Lava Jato e o ministro da Justiça e ex-juiz, Sérgio Moro. A comissão deve investigar as irregularidades cometidas por Moro e Dallagnol a partir da série de reportagens do Intercept Brasil. Apesar de ter as 175 assinaturas necessárias (o mínimo é 171), requerimentos pedem a retirada de 14 nomes do texto. De acordo com Maia, “a CPI tem que ter fato determinado e é isso que precisa ser analisado nas próximas semanas”.

Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado

O governo tenta contra-atacar com duas CPIs. A primeira delas, a do BNDES, acontece na Câmara dos Deputados e é usada pelos governistas para dizer que o banco tem uma verdadeira “caixa-preta” nos seus empréstimos durantes os governos do PT. Já a CPI da Lava Toga, que pretende investigar ministros do STF, está naufragando. O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM), disse que essa comissão não será instalada. Se instalada, o próprio STF pretende barrá-la, segundo o ministro Gilmar Mendes. Outro contra a investigação é o filho do presidente, Flávio Bolsonaro, que não assinou o pedido e tem atuado para impedir a instalação da investigação.

Curiosidade
No governo Bolsonaro existem 2 CPIs instaladas na Câmara dos Deputados: BNDES e de Brumadinho. No governo Dilma/Temer houve um recorde com 15 CPIs e 182 Comissões Especiais (têm a finalidade de emitir pareceres sobre proposições em situações especiais como PEC, códigos etc. ou oferecer estudos sobre temas específicos), externas e GTs.