Piora condições de trabalho dos brasileiros

DIEESE detecta redução nas contribuições à previdência e salários menores





Foto: Roberto Parizotti/Fotos Públicas

As condições de trabalho dos brasileiros piorou no governo de Jair Bolsonaro (PSL). Houve aumento na taxa de desocupação com o emprego precarizado e diminuição no rendimento médio, segundo o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE). O levantamento ainda aponta que a economia brasileira está quase estagnada e deve crescer este ano menos do que em 2018, o que afeta o mercado de trabalho.

A piora nas condições de trabalho no segundo semestre de 2019 é acompanhada da redução do índice de desocupação no país.

“Apesar do aumento da ocupação no período, a inserção dos trabalhadores ocorreu em condições mais precárias, com menos contribuições à previdência social e rendimentos mais baixos”, avalia o Boletim ICT do DIEESE.

O Índice da Condição do Trabalho (ICT-DIEESE) é um indicador criado pelo DIEESE que busca sintetizar a situação do trabalho no país, em várias dimensões. De acordo com os números, apesar da redução na taxa de desocupação, houve aumento no número de pessoas que procuravam trabalho há mais tempo, o que impediu melhora mais acentuada.

O rendimento também dos brasileiros também caiu de 0,50 para 0,44. O índice varia de 0 a 1, sendo que e quanto mais próximo o valor do índice estiver de 1, melhor a situação geral do mercado de trabalho e, quanto mais próximo de zero, pior. O ICT avalia que “houve queda no rendimento médio real por hora e pequena piora na desigualdade de renda”.

O DIEESE ainda alerta que a redução do desemprego apontada pelo IBGE não significa melhoria da vida dos brasileiros. “A abertura de postos de trabalho tem se mostrado insuficiente e em condições precárias, com rendimentos inferiores. Assim, embora haja aumento da ocupação, o ICT-DIEESE mostra que não há melhoras na condição
do trabalho no Brasil”, compara.