A apuração parcial das eleições presidenciais da Bolívia realizadas neste domingo (20/10) indica a formação de um 2º turno no país entre o candidato do Movimento ao Socialismo e atual presidente, Evo Morales, e Carlos Mesa, de centro-direita.
A contagem foi realizada pela Transmissão de Resultados Eleitorais Preliminares (TREP), um sistema de apuração rápida e digital implementado pelo Órgão Eleitoral Plurinacional (OEP).
Segundo a TREP, após 83,7% das urnas apuradas, Morales conquistou 45,28% dos votos e abriu uma vantagem de apenas cerca de 7 pontos percentuais com relação ao segundo colocado, o candidato de centro-direita Carlos Mesa, que ficou com 38,16%.
De acordo com as leis eleitorais da Bolívia, a eleição é definida no primeiro turno apenas quando o vencedor obtém 50% mais um dos votos ou conquista mais de 40% e abre mais de 10 pontos percentuais de vantagem sobre o segundo colocado.
Em terceiro colocado, Chi Hyun Chung, candidato de extrema direita do Partido Democrata Cristão, conquistou 8,77% dos votos. Pastor evangélico, Chi é conhecido por posições ultradireitistas como propor “tratamentos psiquiátricos” para homossexuais e considerar que rituais indígenas “são coisas do demônio”.
‘Mudança continua’
Em pronunciamento após os resultados preliminares, Morales agradeceu a expressiva votação e afirmou que “o processo de mudança continuará”.
“Entendemos as informações preliminares e, como sempre, confiamos no voto do campo. Vamos esperar ate o último escrutínio para continuar com nosso processo de mudança”, disse o presidente.
Por sua vez, o candidato opositor, Carlos Mesa, agradeceu os votos e escreveu em sua conta no Twitter que está “no segundo turno”.
Histórico de governo
Durante campanha, o governo se empenhou em destacar os diversos avanços econômicos e sociais alcançados durante os quase 14 anos de Evo Morales. Eleito pela primeira vez em 2005, o antigo líder indígena cocaleiro tem 59 anos e uma gestão repleta de números que comprovam um salto em diversos indicadores importantes para o país latino-americano.
Segundo dados do Banco Mundial, 63% da população vivia abaixo da linha da pobreza em 2002. Já em 2018, esse número foi reduzido para 35%. Além disso, números do governo apontam para um crescimento no PIB desde que Morales assumiu, partindo de US$ 9,5 bilhões para US$ 40,8 bilhões.