Falta transparência no fechamento de agência do Itaú na Alep

Mesa diretora alega que espaço vai abrigar Procon e Defensoria Pública





Agência do Itaú na Alep.

O fechamento da agência do Banco Itaú na Assembleia Legislativa do Paraná necessita de mais esclarecimentos. Por decisão da mesa diretora, o local que já contou com duas agências do Banestado e Bamerindus, dará lugar a uma agência do Procon e outra da Defensoria Pública. Com o encerramento das atividades, os funcionários da Alep e deputado não mais poderão realizar transações financeiras no banco que passará a contar apenas com caixas eletrônicos se a decisão for confirmada. A agência do Itaú conta com dez funcionários.

O presidente do Sindicato dos Bancários de Curitiba e Região, Elias Jordão, levou o questionamento à Assembleia Legislativa. A entidade solicitou informações ao presidente Ademar Traiano e à mesa diretora, além de encaminhar ofício aos 54 deputados pedindo a preservação dos empregos. 

“Estamos acompanhando a situação desses dez funcionários. A agência mais próxima fica no início da Cândido de Abreu. Ela é pequena e não deve comportar os funcionários que trabalham na Alep e também a quantidade de contas que seriam transferidas”, alertou. O presidente disse que a cobrança é em cima dos deputados, uma vez que o fechamento tem sido promovido pela mesa diretora.  

Se a agência for fechada, o banco mais próximo fica a 550 metros, o que representa pelo menos sete minutos de caminhada. Um dos riscos é que muitos funcionários da Alep possuem apenas conta-salário, tendo que transferir o valor para o seu banco por meio de procedimentos conhecidos como DOC e TED. Com apenas os caixas eletrônicos, eles seriam obrigados a sacar o valor. Outro aspecto é que muitos saques altos (R$ 10, 15, 20 mil, por exemplo) são realizados para pagar funcionários e outras despesas, o que coloca em risco a segurança dessas pessoas se não tiver mais agência.

O deputado estadual Tadeu Veneri (PT), a pedido dos Bancários, comentou o assunto antes de saber que o fechamento era interesse da Casa. “O Itaú teve R$ 30 bilhões de lucro. Não há razão para o banco reduzir custos fechando agência. Não há razão para que essas pessoas que trabalham possam ser demitidas por um fechamento por conta dessa situação”, intercedeu o deputado Tadeu Veneri.

De acordo com Luiz Claudio Romanelli (PSB), primeiro secretário, a decisão pelo fechamento é para melhor aproveitamento dos recursos públicos e da transparência legislativa. “O espaço onde está a agência bancária servirá para a instalação da Defensoria Pública e do Procon. A necessidade da agência é suprida pelos caixas eletrônicos. Não é o banco Itaú que quer fechar. Quem quer o espaço é a Assembleia Legislativa”, argumentou.

Para Veneri, no entanto, o espaço é insuficiente para abrigar esses dois órgãos. O deputado Márcio Pacheco (PDT) também questiona a decisão da mesa diretora. “A agência agiliza o trabalho da Assembleia Legislativa. Até porque é uma agência que não dá problema pra Alep. Não encontro motivo para se fechar”, afirma. Já o deputado Michele Caputo (PSDB também entrou no time contra o fechamento. “Meus funcionários são contra. E no aspecto de segurança, essa talvez seja a melhor do Paraná”, sustenta.