Se existe um setor que não precisa reclamar no Brasil é o empresariado. Para eles, não existe crise com um governo sempre disposto a abrir a carteira enquanto fecha a mão para os trabalhadores. É o que aponta análise do DIEESE sobre a “MP 905/2019 – A reforma trabalhista sem fim e a “bolsa patrão” do CTVA”. Vamos ver neste “Fio da Meada”.
Por mais de uma vez, Bolsonaro destacou a dificuldade do empresário em empreender e ganhar seu lucrinho. Por isso, ao invés de por dinheiro na mão do pobre, como Bolsa Família e aumento do salário mínimo, ele transfere recursos para empresários com desoneração da folha e redução de direitos trabalhistas.
A “Bolsa Patrão” é uma medida antiliberal, pois nada mais é do que o Estado custeando um setor que deveria buscar seu ganha pão por si mesmo. É o caso do primeiro emprego. Se o patão “contratar” um jovem, ele deixa de pagar a contribuição para o Regime Geral de Previdência Social, do salário-educação, da contribuição para o Sistema S (Sesi, Senai, Sesc, Senac, Senar, Senat, Sescoop e Sebrae) e da contribuição para o Incra.
Para o DIEESE, “a geração de empregos será muito pequena. A solução não enfrenta o problema da oferta de mão de obra, os custos serão maiores do que outras alternativas possíveis e o financiamento recairá sobre desempregados e a Previdência Social”. Lembram, Bolsonaro queria taxar o desempregado.
Bolsonaro, aliás, repete um erro cometido por Dilma: apostar na desoneração da folha para gerar emprego. O que gera emprego é demanda. Desoneração gera economia no bolso do patrão.
“Estudos prospectivos utilizando modelos que simulam efeitos de longo prazo da desoneração na economia concluem que o resultado é pequeno tanto no emprego quanto no produto, e ocorrem principalmente quando a desoneração representa redução da arrecadação”, alerta o DIEESE.
Enfim a MP 905 e a Carteira de Trabalho Verde e Amarela é a balbúrdia contra os trabalhadores. Acaba com o domingo como descanso semanal, aumenta a jornada do setor bancário, faz vista grossa na fiscalização e ainda retira força dos sindicatos enquanto favorece patrões.
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