Presidente da Câmara, ministros do STF e governadores condenam ameaça golpista de Bolsonaro

No Dia do Exército, presidente participou que ato que pediu a volta do AI-5





Foto Guilherme Gandofi/Fotos Públicas

A participação do presidente extremista de direita Jair Bolsonaro (sem partido) em ato que pediu a volta do Regime Militar e o fechamento do Congresso e do STF gerou reação e unidade no meio político e judiciário. Eles condenaram a ameaça golpista do presidente e enalteceram os valores democráticos. Com a participação neste ato, Bolsonaro fica ainda mais isolado politicamente.

O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM) um dos alvos do protesto, disse que “o mundo inteiro está unido contra o coronavírus. No Brasil, temos de lutar contra o corona e o vírus do autoritarismo. É mais trabalhoso, mas venceremos. Em nome da Câmara dos Deputados, repudio todo e qualquer ato que defenda a ditadura, atentando contra a Constituição.

Já no STF, o ministro Luís Roberto Barroso, que assumiu a presidência do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), disse “ser assustador ver manifestações pela volta do regime militar, após 30 anos de democracia”. Já o ministro Gilmar Mendes destacou que “invocar o AI-5 e a volta da Ditadura é rasgar o compromisso com a Constituição e com a ordem democrática”.

Outro ministro, Marco Aurélio, sugeriu a deposição de Bolsonaro. “Não há espaço para retrocesso. Os ares são democráticos e assim continuarão. Visão totalitária merece a excomunhão maior”.

Governadores reagem
Alvos da ira de Bolsonaro, os governadores reagiram a fala do presidente no domingo (19). O governador de São Paulo, João Dória, que também foi alvo dos protestos extremistas e que ampliou a quarentena no estado, disse que é “lamentável que o presidente da república apoie um ato antidemocrático, que afronta a democracia e exalta o AI-5”.

Também reagiram os governadores do Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Ceará e Maranhão. Flávio Dino (PCdoB) disse que “para desviar o foco de suas absurdas atitudes quanto ao coronavírus e a sua péssima gestão econômica, Bolsonaro resolve atiçar grupelhos para atacar a Constituição, as instituições e o regime democrático”.

Foto: Rodrigo Felix Leal/ANPr

20 governadores haviam lançado uma carta no sábado (18) em que saíram em defesa do Congresso Nacional e da democracia e critica o presidente Bolsonaro pelos ataques a outros poderes. Apenas sete governadores não assinaram a carta. Entre ele, o do Paraná, Ratinho Junior (PSD).

A carta diz que “temos testemunhado o empenho com que os presidentes do Senado e da Câmara têm se conduzido, dedicando especial atenção às necessidades dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios brasileiros. Ambos demonstram estar cientes de que é nessas instâncias que se dá a mais dura luta contra nosso inimigo comum, o coronavírus, e onde, portanto, precisam ser concentrados os maiores esforços de socorro federativo”.