Greca quer pagar quase 36% da tarifa de ônibus da capital

Município já custeia 14,36% da tarifa paga aos empresários





Foto: Lucilia Guimarães/SMCS

Se a Câmara Municipal de Curitiba (CMC) autorizar que o prefeito de Curitiba, Rafael Greca (DEM), destine mais R$ 200 milhões para os empresários do transporte coletivo, os cofres públicos serão responsáveis por 35,82% dos custos da tarifa técnica em um ano. É o que aponta levantamento feito pelo DIEESE-PR com bases em dados fornecidos pela própria URBS. Nesta segunda-feira (4), o presidente Ogeny Pedro Maia Neto, foi convidado pela oposição para explicar os números. Um PL que autoriza o repasse tramita em regime de urgência no legislativo de Curitiba.

A tarifa atual em Curitiba é de R$ 4,50. Em 2020, ano eleitoral, o governo municipal não reajustou os preços aos usuários do transporte. Por outro lado, utilizando a pandemia de coronavírus e a queda de passageiros como argumento, o prefeito Rafael Greca quer destinar R$ 200 milhões para as empresas.

De acordo com o economista do DIEESE-PR, Sandro Silva, a soma é equivalente há 3 meses de receita do transporte coletivo. Atualmente, o município já subsidia 14,36% do custo, que representa R$ 11,057 milhões mês e R$ 132,691 milhões ano. Se for aprovado, a prefeitura irá subsidiar 35,82% (R$ 332,691 milhões) do custo anual do sistema (R$ 928,840 milhões).

Para Sandro Silva, antes de aumentar o repasse às empresas, “o correto seria a prefeitura revisar o custo e verificar a real queda ocasionada pela crise e daí discutir como será distribuído o prejuízo”.

Queda dos custos
Em condições “normais”, a cidade tem 14.743.494  passageiros e a receita mensal média R$ 66,345 milhões. Por outro lado, os custos dependentes também caíram com a desvalorização do petróleo e seus produtos derivados.  Esses custos são  relacionados aos custos operacionais. Segundo a Agência Nacional do Petróleo (ANP), a variação do Diesel S10 em Curitiba caiu -7,82% entre março de 2020 e abril de 2020. No acumulado dos último ano, a queda é de -13,25% (abr20 / dez/19).

O custo variável representa 24,63% do custo total da tarifa técnica. Apenas o combustível representa 62,4% dos custos dependentes e 15,4% do custo total.