Dois comunicados da Prefeitura de Curitiba deixam os curitibanos confusos, principalmente os pais de crianças pequenas. Após registrar seis dias consecutivos de alta nos novos casos de contaminação e registrar 82% de ocupação dos leitos de UTI, a Secretaria Municipal da Saúde anunciou “a suspensão temporária das cirurgias eletivas, aquelas que não são urgentes”. O comunicado foi firmado em parceria com 12 hospitais na segunda-feira (16).
Um dia depois, sem a mesma preocupação, a mesma Secretaria Municipal de Saúde autorizou o retorno de crianças menores de 10 anos as aulas curriculares. A autorização aconteceu após solicitação do Sindicato Patronal das Escolas Particulares.
A secretaria de Saúde entra em contradição ao expor o aumento da contaminação, mas mesmo assim aumentar a exposição social das crianças. “Com a experiência sobre o comportamento da doença e com os casos novos, é possível que tenhamos um aumento de internamentos na próxima semana e a medida é de precaução para tenhamos um pouco mais de leitos de covid-19 disponíveis e que ninguém fique sem assistência”, disse Márcia Huçulak, secretária municipal da Saúde de Curitiba.
Em setembro desde ano, em entrevista à Gazeta do Povo, Márcia já havia sugerido o retorno das aulas. “Eu acho que a sociedade não fez uma discussão que é vital. Eu entendo que, para aquela mãe classe média, classe média alta, que está em home office, que tem em casa um bom computador, uma boa internet, se não quiser que não volte”, comentou Huçulak.
No entanto, ao liberar o retorno das aulas presenciais agora, a secretaria entra em contradição ao determinar a suspensão de cirurgias não eletivas. “Esse aumento também na procura pelo serviço certamente se refletirá em mais internamentos, portanto, já estamos nos adiantando”, registra o site da prefeitura.
cuidadores, entre outros. Retomar as aulas sem considerar a complexidade dessa medida para a além do provável impacto somente nos alunos é movimento arriscado, pois para estas pessoas que vivem com crianças em idade escolar não será mais possível adotar o fique em casa”, alerta a FioCruz.