O protocolo de imunização adotado pelo Governo do Paraná coloca na lista de prioridades as pessoas com idade acima de 60 anos. Após vacinar profissionais da saúde e indígenas, o estado começou a aplicar a primeira dose de Coronavac em pessoas acima de 90 anos. A vacinação dessas pessoas gera um impasse no momento em que o governador Ratinho Junior (PSD) tenta transformar a educação em atividade essencial e existe pressão para que sejam vacinadas os profissionais ligados a essa área.
Se o Paraná manter a programação de vacinação, vai necessitar de pelo menos 4,2 milhões de doses (primeira e segunda) antes de imunizar a categoria da educação. O estado tem cerca de 2,1 milhões de pessoas acima dos 60 anos, segundo dados do IBGE. Isso representa 17,9% da população do estado. Desses idosos, 59% apresentam comorbidade, que é uma ou mais doença associada, o que pode aumentar os riscos de morte caso contraia a Covid-19. Nos cálculos do Governo do Estado, 1,7 milhão de pessoas estão neste quadro.
A chance das pessoas acima de 60 anos contrariem Covid-19 de um parente é grande. De acordo com o estudo do IBGE, 83% das pessoas acima desta faixa etária moram com outras pessoas e 73% contribuem para renda da casa. Os números são um pouco inferiores do que a média nacional: 85% moram com alguém e 75% contribuem com a renda em casa.
Segundo o Plano Estadual de Imunização, os trabalhadores da educação serão vacinados, portanto, logo após as pessoas acima de 60 anos e que possuem comorbidade. O Paraná aplicou 225 mil das 265 mil doses do primeiro lote. Desta quantidade, apenas 10,5 mil estão registradas acima de 60 anos. No Paraná, a média de óbitos está em 68 anos.