Greca mexe na estrutura da saúde e profissionais alertam para os riscos

Alerta é para piora no atendimento de pessoas em situação de comorbidade





Prefeito Rafael Greca com a secretária da saúde, Márcia Huçulak e o presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia, Médico Clóvis Arns da Cunha. Curitiba. 20/01/2021. Foto: Ricardo Marajó/SMCS

Com os decretos de reabertura de Curitiba e no Paraná, o prefeito Rafael Greca (DEM) deixou mexer na estrutura de atendimento de saúde na capital. De acordo com a gestão, o objetivo é evitar o colapso e garantir que todos os casos da doença possam receber o atendimento médico adequado, de forma a evitar o maior número possível de mortes. Mas para o Coletivo Sismuc Somos Nós, a decisão vai prejudicar outras enfermidades de potencial não letal que poderiam ser contidos. Sem contar que as unidades de saúde não estão preparadas estruturalmente para o atendimento de casos emergenciais.

No novo modelo, 42 unidades de saúde passam a funcionar como pronto-atendimento para casos leves e moderados de urgência e emergência médica (que normalmente são feitos nas UPAs). (veja quais aqui). Neste momento não serão realizados exames de rotina nem check-ups.

Segundo o prefeito Rafael Greca, “com o coração apertado, cumpro meu dever de Prefeito ao anunciar que estamos chegando ao nosso limite. Em 20 dias, abrimos 135 novos leitos – totalizando 995 leitos exclusivos para covid em Curitiba. A situação que estamos vivendo é grave e para evitar o colapso nos atendimentos, estamos reorganizando o Sistema de Saúde Curitibano”.

Mas para os profissionais da saúde, a opção é mais uma tentativa de esticar a corda como efeito de inúmeras decisões equivocadas como reabrir comércio, shoppings, promover aglomerações divulgar kit Covid e tantas outras que colocam em risco a vida da população e dos profissionais da saúde.

“A medida em nenhuma hipótese amplia o atendimento dos curitibanos e curitibanas. Pelo contrário, restringe, pois deixa se atender consultas eletivas e de pessoas com comorbidades que estão ainda muito longe da vacina”, se contrapõe o coletivo.