Em Curitiba, Covid contamina mais em bairros pobres

Por outro lado, Batel e Alto da XV lideram incidência entre os contaminados





Jardim Botânico também seguem o decreto e permanecem fechadas. Foto: Daniel Castellano / SMCS

Já diz a máxima: o coronavírus não escolhe renda ou região. Ele contamina do rico ao pobre, de locais com alta e baixa densidade demográfica. Curitiba não foge às estatísticas. Na  capital do estado, que comemora 328 anos hoje, 29 de março, a data é marcada pela bandeira vermelha, representando alto risco, com 171 mil casos confirmados, 3750 óbitos e nenhum dos 513 leitos de UTI disponíveis.

Segundo o IBGE, Curitiba tem o terceiro melhor IDH do país, com 0,823 na média da qualidade de vida. Com uma população estimada de 1,94 milhões, a cidade, como toda metrópole, tem contrastes entre riqueza e pobreza. Segundo o último Censo, os melhores bairros para se viver são Ahú, Cristo Rei, Alto da Glória , Hugo Lange, Alto da XV, Jardim Botânico, Batel, Jardim Social, Bigorrilho, Juvevê, entre outros. Na regional Matriz, o IDHM salta para 0,928. Já na Regional Pinheirinho, o IDHM caiu para 0,753. Nessa região ficam Campo de Santana, Pinheirinho, Capão Raso, Tatuquara e Caximba.

Por outro lado, a distância do centro ou a renda são indiferentes para a contaminação. De acordo com o mapa da “Distribuição Geográfica dos casos e óbitos confirmados de COVID-19 de pessoas residentes” produzido pela Prefeitura de Curitiba o vírus se espalhou por todas as regionais.

Os dados mostram que os bairros mais populosos e pobres têm a maior quantidade de contaminados. A CIC, com 191 mil pessoas no bairro, lidera o registro de contaminações com 17.088 casos. Ela é seguida pelo Sítio Cercado que registra 10,4 mil casos para uma população de 131 mil, e Cajuru, com  7,4 mil contaminados em uma população de 103 mil habitantes. Tatuquara, Boqueirão e Uberaba engrossam a lista dos bairros populosos e com mais casos.

Se o vírus ataca em áreas de maior aglomeração de pessoas, ele não poupa os bairros mais ricos da capital. Alto da XV e Batel têm uma população pequena, se comparada com o restante da capital, 8.349 e 9.802 pessoas, respectivamente. Ambos estão na lista das regiões com maior IDHM da cidade e também lideram os casos de contaminação proporcionalmente. O relatório da Prefeitura de Curitiba coloca o Alto da XV em primeiro lugar com incidência de 1.221. Uma a cada 8 pessoas do bairro já foi infectada. Em terceiro lugar, o Batel tem uma a cada nove pessoas infectadas e incidência de 1.147. Entre elas, o afastado Caximba com 309 registros para uma população de 2,5 mil pessoas. 

Mapa de contaminação em Curitiba. Gráfico: Prefeitura de Curitiba

Mortes replicam dados de contaminação

O último  Relatório Demográfico de Curitiba mostra que as antagônicas regionais do Pinheirinho e Matriz concentram a maioria das mortes proporcionalmente. O Pinheirinho tem 15198 casos e 362 mortes. Já a Matriz tem 13255 casos e 374 mortes. A regional com mais mortes é a de Boa Vista, com 526 vítimas.