Doações para combater danos sociais e econômicos causados pela Covid-19 alcançam os R$ 7 bilhões no Brasil

Segundo ABCR, marca foi atingida dia 26 de maio e representa um recorde na história recente de doações para emergências no país




FonteAssessoria

Setor da saúde foi o que mais recebeu recursos de doações. Foto: GOVSP

O movimento de doações para o combate à pandemia, causada globalmente pelo novo coronavírus (Covid-19), acaba de alcançar a marca dos R$ 7 bilhões arrecadados no Brasil. A quantia foi atingida dia 26 de maio e representa um recorde absoluto na história recente de doações para emergências no país.  É conta com a colaboração de 705.152 doadores com com 74% das doações voltadas para a área da saúde.

A informação é do monitor da ABCR (Associação Brasileira de Captadores de Recursos), organização que reúne e representa os profissionais de captação, mobilização de recursos e desenvolvimento institucional, que atuam para as organizações da sociedade civil no Brasil, que vem acompanhando os números de doações no país desde a chegada do vírus, em março de 2020. O objetivo do Monitor das Doações Covid 19 é consolidar e conhecer os números das doações realizadas em razão do coronavírus, promovê-las e inspirar outras, promovendo, com isso, o estímulo a uma “cultura de doação” cada vez maior no país.

A intensidade das ofertas havia estacionado em torno dos R$ 6,5 bilhões em outubro do ano passado, mas ganhou fôlego nos últimos meses, impulsionada por mais investimentos para o setor da assistência social. Segundo Márcia Woods, presidente do Conselho da ABCR, o novo momento difere do período de doações no começo da pandemia, quando houve investimentos pesados de bancos e grandes companhias na área de infraestrutura, compra de equipamentos, respiradores, testes de Covid, entre outros.

“A marca dos R$ 7 bilhões é bastante expressiva porque chega representa o dobro do que se vê normalmente de comprometimento com a filantropia institucionalizada aqui no Brasil. A participação das empresas, de onde veio a maior parte das doações, também é bastante representativa”, lembra Márcia.

Com a marca, atinge-se 705.152 doadores que já contribuíram em pouco mais de um ano. Segundo o Monitor das Doações, ainda, a causa da Saúde é a que mais recebeu investimentos até agora, com 74% das doações, seguida da área da Assistência Social (20%), da Educação (4%) e da Geração de Renda, com 3%.

São consideradas pelo monitor doações com valores a partir de R$ 3 mil. Uma lista com o nome das empresas e entidades que vêm fazendo as doações também está disponível no portal. 62% das ofertas foram feitas para pessoas jurídicas, 20% para institutos e fundações sem fins lucrativos, 8% para pessoas físicas e 6% para fundos filantrópicos.

Do total doado, 59% foi em dinheiro, 32% em produtos diversos – como máscara, cestas básicas e equipamento hospitalar, por exemplo – e 8% em serviços. No site também é possível ver a lista das campanhas promovidas no país que mais arrecadaram. O Governo do Estado de São Paulo foi o maior beneficiado pelas doações, recebendo R$ 1,8 bilhão.

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Sobre o Monitor

O Monitor das Doações Covid 19 é atualizado duas vezes por semana pela ABCR com dados públicos, coletados na internet ou que são enviados para a organização. Nenhum valor é somado se ele não for público. Para fazer a exposição dos dados, são considerados três números diferentes: o valor total das doações – que alcançou agora os R$ 7 bilhões – o número total de doadores identificados (705.152) e valor mobilizado pelas campanhas de doação (R$ 3.798.374.306 arrecadados por 557 campanhas por todo o país).

As lives com artistas que objetivaram a arrecadação de recursos foram responsáveis por R$ R$ 17.515.666. A que rendeu os resultados mais expressivos, equivalente a 38% do total, foi a “Fome de Música”, que contou com a participação da dupla Sandy & Júnior. Os números não são somados, mas apresentados de forma isolada. Para incluir no site a informação sobre novas doações realizadas, basta escrever para abcr@captadores.org.br

Panorama da filantropia no Brasil

Segundo João Paulo Vergueiro, diretor executivo da ABCR, a plataforma foi criada para oferecer um panorama maior da atuação e contribuição da filantropia e mostrar a qualidade das doações e seus resultados. “Isso permite maior transparência para que possamos entender melhor o que foi a generosidade brasileira na pandemia, seu tamanho e impacto. É uma mobilização geral, que envolve toda a sociedade civil em movimento inédito e por uma única causa, que é o combate à Covid-19”, diz ele.

Para Márcia Woods, é necessário agora que haja a manutenção de uma visão de médio e longo prazo das doações. “Só assim será possível que as organizações consigam fazer uma atuação continua e sustentada para promover transformações sociais no Brasil”, conclui.