Há três semanas, desde que a Prefeitura de Curitiba ampliou a exposição ao coronavírus flexibilizando as medidas de isolamento, os números de casos na capital vêm subindo. Agora, com 100% dos leitos de UTI e enfermaria ocupados e com o Painel de Bandeiras Covid-19 em 2,65, o prefeito Rafael Greca (DEM) demora em adotar novo lockdown na cidade. Curitiba saltou de 6 mil casos ativos no começo do mês para quase 10 mil casos ativos. Crescimento de 32,5% em relação há 14 dias.
Mesmo diante do novo colapso de saúde, a gestão municipal prorrogou até sexta-feira as medidas de isolamento que adotaram um lockdown parcial apenas no sábado e domingo. Durante a semana, Greca permitiu o funcionamento do comércio, shoppings, escolas particulares, entre outros. Na quarta-feira (26/5), 983 novos casos de covid-19 e 23 óbitos de moradores da cidade infectados pelo novo coronavírus. Treze destes óbitos ocorreram nas últimas 48 horas. Curitiba não dispõe mais de vagas nos seus 525 leitos.
Mulheres jovens são as mais contaminadas
210.570 moradores de Curitiba testaram positivo para a covid-19 desde que o primeiro caso foi detectado. Desta quantidade, 54% (113,2 mil casos) são mulheres e 96% (96,3 mil casos) são homens. Isso mostra que as mulheres estão mais expostas à contaminação. A faixa etária com mais contaminações está entre 30 e 39 anos. São 24,4 mil casos entre mulheres e 19,2 mil casos masculinos confirmados. As mulheres entre 20 a 29 anos vêm logo em seguida com 22,5 mil casos.
Cidade ignora protocolo
Dos 9 indicadores que constituem o sistema de bandeiras de Curitiba, cinco estão em laranja e 4 em vermelho. A pontuação final está em 2,65. Segundo o protocolo, acima de 2,7 a cidade deveria adotar a bandeira vermelha. A velocidade de casos está em 1,17, mostrando o crescimento da curva. Já a quantidade de novos casos para cada 100 mil habitantes está em 312, o que coloca no índice 3 (vermelho).
Se vier a adotar bandeira vermelha nesta sexta-feira, quando a Prefeitura deve anunciar novo decreto, isso significa “nível de alerta total, onde haverá a restrição da circulação de pessoas, permitindo o funcionamento apenas dos serviços essenciais”.
