CPI encerra depoimento de Ricardo Barros após bate boca

Líder do governo deve ser convocado a prestar esclarecimentos




FonteCom Agência Senado

Foto: Pedro França/Agência Senado

A CPI da Pandemia decidiu suspender o depoimento do deputado federal e líder do governo, Ricardo Barros (PP/PR), suspeito de favorecer a Precisa Medicamentos na compra de vacinas da Covaxin. A oitiva foi suspensa após bate boca com Ricardo Barros que acusou a Comissão Parlamentar de atrapalhar o país na compra de vacinas. O deputado paranaense já havia trocado farpas com o senador Randolfe Rodrigues (Rede/AP). Agora, com a suspensão, Barros deve ser convocado a prestar depoimento.

A senadora Simone Tebet (MDB-MS) explicou a confusão. “Foi um dos momentos de maior indignação que eu tive nesta CPI. Ricardo Barros quis dizer que a CPI só fez mal, afastando vacinas e fabricantes. A CPI existe para investigar atrasos de vacinas por parte do Governo Federal”, disse a senadora Simone Tibet , que chamou o deputado de mentiroso e revelou que acórdão citado por ele não permitia o pagamento antecipado por vacinas.

Mais cedo, o embate foi com o senador da Rede, Randolfe Rodrigues. “O deputado Ricardo Barros nos notificou extrajudicialmente pedindo retratação nossa sobre as acusações que o Dep. Luís Miranda fez a ele. Seria cômico se não fosse trágico, né? Mais parece tentativa de intimidação. Mantemos nossa opinião e seguiremos com as investigações na CPI”, reafirmou.

Antes da suspensão, o depoente afirmou que nunca esteve com o empresário Francisco Maximiano, dono da Precisa Medicamentos, para tratativas sobre a vacina indiana Covaxin. Informação que, segundo Barros, será confirmada pelo executivo quando este for depor à CPI.

O depoente também esclareceu que a contratação da VTClog foi feita pelo Ministério da Saúde 90 dias após a sua saída da pasta, em 2018. A empresa está na mira da CPI por suspeita de ter sido favorecida pelo ex-diretor de Logística Roberto Dias em contratos de transporte no Ministério da Saúde.

Suspensão da sessão

O deputado Ricardo Barros apontou que a atuação da CPI da Pandemia teria afastado empresas interessadas em vender vacinas ao Brasil, o que gerou reação de senadores.

— Afastamos a vacina que vocês do governo queriam tirar proveito — disse o presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM), que anunciou a suspensão da reunião.