Setores do agronegócio rompem com Bolsonaro

Carta da FIESP é adiada, mas pressiona Governo Federal





Foto: Alan Santos/PR

Após o adiamento da carta da FIESP assinada pela Febraban que provocou a possível ruptura da Caixa e Banco do Brasil chamada de “A praça é dos três poderes”, Entidades ligadas ao Setor Agroindustrial divulgaram nota em que saem em defesa da democracia e criticam iniciativas golpistas. Sem citar Bolsonaro, a carta é direcionada as manifestações de 7 de setembro que ameaçam as eleições gerais.

No texto assinado pela Abag, Abrapalma, Sindiveg, Abiove, Croplive, Abisolo e Ibá, as entidades dizem tornar “pública sua preocupação com os atuais desafios à harmonia político-institucional e, como consequência, à estabilidade econômica e social em nosso País. Somos responsáveis pela geração de milhões de empregos, por forte participação na balança comercial e como base arrecadatória expressiva de tributos públicos”.

Diante do clima de incertezas e crise econômica gerados pela agenda golpista do presidente Jair Bolsonaro, esse setor ligado às exportações diz que “o desenvolvimento econômico e social do Brasil, para ser efetivo e sustentável, requer paz e tranquilidade, condições indispensáveis para seguir avançando na caminhada civilizatória de uma nacionalidade fraterna e solidária, que reconhece a maioria sem ignorar as minorias”.

A carta das entidades do Setor Agroindustrial foi publicado após o recuo da FIESP, que lançaria o manifesto “A praça é dos três poderes” para este dia 31 de agosto. Assinada por mais de 200 entidades, o texto alertava a sociedade para a necessidade de se manter o equilíbrio entre os três poderes. No entanto, em decisão monocrática do presidente da FIESP, Paulo Skaf, a divulgação foi adiada para após do feriado, o que gerou críticas por perder seu foco.

O manifesto supostamente diz que “as entidades da sociedade civil que assinam este manifesto veem com grande preocupação a escalada de tensões e hostilidades entre as autoridades públicas. O momento exige de todos serenidade, diálogo, pacificação política, estabilidade institucional e, sobretudo, foco em ações e medidas urgentes e necessárias para que o Brasil supere a pandemia”.