Plano de Governo de Bolsonaro previu apagão “se nada fosse feito”

Sem planejamento, custo da energia subiu e risco de blecaute aumentou





Presidente sobrevoa Cataratas do Iguaçu. Foto: Alan Santos/PR

O Brasil está muito perto de ter novamente apagões. A crise hídrica e a falta de investimentos e planejamento são os principais fatores para que isso possa acontecer e o Governo Bolsonaro sabia disso. Há três anos, no Plano de Governo, o tópico “energia” previa a possibilidade. 

“Caso nada seja feito, o setor de energia será novamente um gargalo ao crescimento econômico no início da próxima década.  Crescendo de 3% a 4% ao ano, chegaremos em 2021-22 altamente dependentes da geração termelétrica a óleo e carvão, elevando preços e ocorrências de blecautes (apagões)”, diz o plano na página 71.

Bolsonaro, ao invés de buscar geração de energia limpa, tentou aprovar o aumento do uso de termelétricas e usinas de carvão. Já em agosto, o documento ‘Detalhamento do Programa para Uso Sustentável do Carvão Mineral’, do Ministério de Minas e Energia, estimula a expansão do sistema e uma continuação da utilização de termelétricas a carvão até 2050.

Há três anos, plano mostrava que o Brasil corria risco de apagão

O que o governo não previu é a estagnação da economia, com crescimento de 1,2% em 2021, -4,1% em 2020 e apenas 1,1% em 2019. Outra previsão que Bolsonaro não acertou é em relação ao preço da energia cobrada aos consumidores. Pelo contrário, a alta constante dos preços têm aumentado a rentabilidade dos acionistas privados.

“A oferta de energia precisa ser confiável, a preços justos e competitivos internacionalmente, além da geração de oportunidades a pequenos empreendedores e criação de centenas de milhares de empregos qualificados no Brasil”, dizia.