Seis tiros que mataram uma mulher, caçaram 46 mil votos e atingiram a intervenção militar no RJ





Foto: Francisco Proner Ramos

Uma vez li, de um jurista que não recordo o nome, que um homicídio é o pior dos crimes. Ele subtrai não apenas o que a pessoa tem, mas também o que viria a ter. Acrescento que a morte não é apenas da vítima, mas todos que estão em seu círculo social também morrem um pouco.

No caso da Marielle ainda há agravantes. O primeiro deles é que, além do assassinato, 46.502 votos foram caçados com seis tiros. Foi um ataque também à democracia, bem como todas as causas que ela defendia e lutava.

O segundo. Michel Temer, Sérgio Etchegoyen, Raul Jungmann et caterva garantiram que a intervenção militar no Rio de Janeiro serviria para melhorar a segurança pública. Portanto, a pergunta inevitável é: como raios executaram uma vereadora na rua?

O Brasil vai de mal a pior, mas não foi por falta de alerta. As arbitrariedades, as decisões ao arrepio da lei e a onda de retrocessos nos direitos sociais ainda não acabaram.

Tudo isso tem a assinatura dos, Aécios, Ronaldos, Hucks, Skafs, Cunhas, MBLs, Patos e agora Sapos. A analogia pode ficar ao gosto do freguês. Todos esses “novos” personagens da vida pública brasileira, sem exceção, contribuíram para o atual estado que as coisas se encontram, ou melhor, não se encontram, quando decidiram iniciar um processo de ruptura.

Parabéns aos envolvidos.