“São fanáticos que agem como os fascistas e nazistas”, diz Lula sobre atentado

Roteiro da Caravana de Lula pelo Paraná encerra nesta quarta-feira (28) em Curitiba





Lula no Assentamento 8 de Junho, em Laranjeiras do Sul. Foto: Ricardo Stuckert

O roteiro da Caravana de Lula pelo interior do Paraná foi concluído na noite de terça-feira (27) em Laranjeiras do Sul, no centro-oeste do Estado. As visitas na sede da Universidade Federal Fronteira Sul (UFFS), instituição criada durante o governo do ex-presidente, e no Assentamento da Reforma Agrária 8 de Junho, se tornaram momentos de denúncia à escalada de violência e de cobrança às autoridades de segurança pública.

Momentos antes das últimas agendas pelo interior, dois ônibus da caravana foram alvos de um atentado à tiros no trajeto entre Quedas do Iguaçu e Laranjeiras do Sul. Um dos veículos transportava jornalistas e o outro convidados do ex-presidente. Ninguém ficou ferido no atentado. Os disparos ocorreram nas proximidades do Rio Despedida, entre as comunidades de Boa Vista do São Roque e Buriti, em um local de mata fechada dos dois lados da rodovia. O fato foi imediatamente comunicado às autoridades de segurança pública e o boletim de ocorrências registrado na Companhia de Policia Militar de Laranjeiras do Sul.

Advogados acompanharam os ocupantes dos ônibus que prestaram depoimento na Delegacia de Polícia Civil de Laranjeiras do Sul. O Instituto de Criminalística foi acionado e a perícia foi realizada ainda na noite da terça-feira (27). “O que esse povo está fazendo não é política. Fazer política é fácil. Lança um candidato, vamos às urnas e quem ganhar toma posse. Quem perdeu que chore, como chorei quando perdi para o Collor ou quando perdi duas vezes para o Fernando Henrique. Mas se acham que fazendo isso irão nos assustar, estão enganados. Isso só irá nos motivar. Não podemos permitir que depois do nazismo, do fascismo, esses grupos de fanáticos façam isso”, disse Lula.

A senadora Gleisi Hoffmann, presidenta do PT, cobrou uma posição das autoridades de segurança dos governos estadual e federal. “Infelizmente temos que vir aqui fazer uma denúncia, de uma tentativa de homicídio. Poderiam ter matado o presidente Lula, pois esse é o objetivo dessa gente. Gente que não sabe fazer a disputa política, que tem ódio, que não consegue viver democraticamente com a diferença. E mais que isso, não conseguem conviver com aquele que foi o maior presidente da história do Brasil”, disse a petista.

A escalada de violência contra a caravana de Lula vem sendo alertada às autoridades pela senadora desde os incidentes no Rio Grande do Sul. “Particularmente falei com o ministro Raul Jungmann, o deputado Paulo Pimenta [PT-RS] também falou. Mandamos um ofício ao ministro com o roteiro da caravana. Mandamos informações também ao Governo do Paraná, falamos com o comando da PM. Todo mundo estava sabendo do que está acontecendo. O fato é que não tivemos proteção”, disse a senadora.

Para Gleisi, as autoridades são responsáveis por não permitir que essa escalada de violência tome proporções maiores. “Cobramos uma manifestação oficial do ministro da Justiça, da própria presidência do país, da Câmara dos Deputados, do Senado, das autoridades do Estado do Paraná. Vamos deixar que a política se transforme em um bang bang, com as pessoas atirando uma nas outras?”, questionou.

Apesar do incidente, a senadora afirmou que o roteiro da caravana não será alterado, deixando um recado. “Queremos dizer em alto e bom som que não vai ser esse ódio, esses tiros de vocês que irão nos deter. Nós vamos continuar a caravana e vamos encerrar em Curitiba com um grande ato democrático”, disse Gleisi.

A Caravana do ex-presidente Lula pelo Paraná será encerrada nesta quarta-feira (28) com um ato a partir das 17h na Praça Santos Andrade, no centro da capital.