Puxadinho do Moro | A ocupação do triplex do Guarujá colocou o juiz Sérgio Moro em maus lençóis. Nas palavras do líder do Povo Sem Medo, Guilherme Boulos, “essa é ação de denúncia dessa farsa judicial que levou a prisão de Lula”. A dúvida que surge é quem fará o pedido de reintegração de posse do imóvel. Provavelmente a própria justiça, uma vez que o triplex foi arrolado para reparar o dinheiro desviado na Petrobras. Mas daí, fazer o pedido já não pegará bem para o juiz paranaense.
Minha Casa, Minha Vida do Dallagnol | A ocupação também deixou em maus lençóis o Ministério Público Federal e o procurador Deltan Dallagnol. No imaginário popular, o tal triplex do Guarujá era um superapartamento de frente para o mar com muitas regalias. Na denúncia, o MPF destacou que “para efetuar as reformas estruturais e de acabamento realizadas no imóvel para adequá-lo aos desejos da família do ex-Presidente da República; e do pagamento de R$ 350.991,05, entre 26/09/2014 e 11/11/2014, pela OAS Empreendimentos à Kitchens Cozinha e Decorações e à Fast Shop”. Isso mesmo, a cozinha planejada custou R$ 350 mil. No entanto, nas imagens internas do apartamento feitas pelo MTST, se revelam uma cozinha bem comum para o padrão classe média brasileiro.
Era uma casa muito engraçada | Nas redes sociais, os brasileiros não perdoaram. “Estava aqui assistindo a live do Boulos, feita no interior do “luxuosíssimo” triplex do Guarujá. Então quer dizer que foi nessa cozinha “puro luxo” e nessa “enorme” área de serviço que a OAS gastou quase meio milhão em reformas? Estou chocada com as obras de luxo feitas no triplex do Lula. Agora tá explicado pq a mídia golpista nunca mostrou o interior do AP. Se colocar 5 mil conto na mão do meu vizinho pedreiro, ele faz melhor que isso”, comentou uma internauta que viralizou na internet.
Apê de Marajá | Quem assistiu a “live”, pode perceber um apartamento bem simples, sem nenhuma estrutura sofisticada para os três andares. São quartos pequenos, escada comum e banheiros apertados. Bem diferente do quase R$ 1 milhão supostamente gastos na reforma, como descreve a denúncia de Dallagnol e companhia “assim como pela manutenção em nome da OAS Empreendimentos do apartamento que pertencia a Lula e Marisa Letícia, pelo menos desde data próxima a 08/10/2009 até a presente data; do pagamento de R$ 926.228,82, entre 08/07/2014 e 18/11/2014, pela OAS à Tallento Construtora.
É ou não é | Atentem para o detalhe, apenas pequeno grande detalhe, de que na denúncia se menciona que o apartamento “pertencia a Lula e Marisa Letícia”. Ao ser condenado, Moro não só atestou esse pertencimento como alegou que isso era irrelevante para prender o ex-presidente.
Sumiram os móveis | O mais interessante na denúncia do Ministério Público Federal é o argumento de que os móveis foram pagos e montados no apartamento atribuído a Lula. No entanto, na ocupação do MTST e do Povo Sem Medo, o que se viu foi um fogão popular e um colchão de casal simples. Onde foram parar os luxuosos móveis, como relata a denúncia: “O contrato foi celebrado entre a Kitchens e a OAS, sendo que foram realizados dois depósitos bancários para pagamento parcial da contratação: R$ 78.800,00, em 26/09/2014, e R$ 208.200,00, em 11/11/2014437. Apesar de os bens terem sido entregues e montados no apartamento 164-A do Condomínio Solaris, não houve o pagamento integral do pedido”.
