Assanhado, Dallagnol devia defender voto aberto para PGR e MP

Nome do procurador é ventilado a concorrer em uma eleição com voto secreto





Procurador Deltan Dallagnol. Foto: Fábio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

CRUZADAS | O procurador da República Deltan Dallagnol está todo assanhado com a eleição do Legislativo que ocorre neste dia primeiro. Ele tem cobrado reiteradas vezes que o voto seja aberto. O tom de Dallagnol é que a votação secreta permite conchavos políticos e inibe a transparência do processo democrático. O alvo do procurador é o senador por Alagoas, Renan Calheiros (MDB), que é um dos candidatos em uma das casas.

BOLA NA ÁREA | Quanto a eleição na Câmara dos Deputados, em que Rodrigo Maia (DEM), o Botafogo da lista da Odebrecht, desponta como favorito com apoios da extrema direita do PSL e da esquerda carguista do PCdoB, Dallagnol nada diz.

NA TORCIDA | No Twitter, ele deu seu pitaco sobre um dos poderes independentes da República: “Sexta-feira serão escolhidos o novo presidente do Senado e da Câmara. Ainda é tempo de incentivar os parlamentares a escolherem de forma transparente. Mais de 850 mil brasileiros já assinaram o abaixo assinado pelo #Votoaberto: https://t.co/7QgM5CYcW1

TIRA-TEIMA | O diabo é que a mulher de Cesar não basta apenas ser honesta como também deve parecer honesta. A máxima poderia servir para Deltan com ele solicitando a votaçaõ aberta para o Ministério Público e para a escolha do Procurador Geral da República (PGR). Pelo menos é isso que cobra seu desafeto, o advogado Tacla Durán:


BOLA DIVIDIDA | Na mesma linha vai o agora ex-senador Roberto Requião, cobrando transparência da entidade em que Dallagnol trabalha. “Que tal voto aberto para direção do MP?”, respondeu Requião.

A REGRA É CLARA | Para quem desconhece, a votação para a PGR é secreta, como pode ser visto clicando aqui. “Os procuradores da República habilitados a votar têm a possibilidade de escolha plurinominal, facultativa e secreta. Após o resultado das eleições, a ANPR é a responsável por encaminhar os três nomes mais votados aos presidentes da República, do Supremo Tribunal Federal, do Senado Federal e da Câmara dos Deputados, bem como ao Procurador-Geral da República e ao Conselho Superior do MPF”, esclarece a Associação Nacional dos Procuradores da República, da qual Dallagnol participa.

EX-JUIZ É NOSSO | Ora, se a votação no legislativo é suspeita por ser secreta, para apontar no judiciário teria mais lisura? Dallagnol deve se empenhar pela transparência em todas as frentes, principalmente porque seu nome é cotado para cortar atalhos, assim como fez o seu padrinho político, digo, técnico, o agora ministro da Justiça Sérgio Moro. Dallagnol aceitará concorrer a PGR dentro de uma lista tríplice com voto aberto e sendo indicado o mais indicado ou pau que dá em Francisco não dá em Chico?