Magistério de Curitiba protesta contra descaso da gestão Rafael Greca

Categoria exige contratações e descongelamento de plano de carreiras e salários





Geladeiras simbolizaram o congelamento do plano de carreiras e salários. Foto: Gibran Mendes

Professoras e professores da rede municipal de Curitiba fizeram um protesto nesta quarta-feira (30) em frente à prefeitura para exigir a contratação de mais profissionais, melhores condições de trabalho e o descongelamento do plano de carreiras e salários da categoria. Geladeiras foram levadas para frente do Paço Municipal para simbolizar o congelamento e os dois anos sem data-base.

A manifestação teve como mote apontar o descaso da gestão Rafael Greca com a educação e com o funcionalismo público. A falta de professores foi apontada pelo Sindicato dos Servidores do Magistério de Curitiba (Sismmac). “Faltam mais de mil professores na rede. A prefeitura tem feito contratações a conta gotas que não suprem as necessidades das escolas. Isso está fazendo aumentar o número de profissionais adoecidos ou que precisam ser afastados”, apontou Luana Crestani, diretora do Sismmac.

Somente em 2017 foram 7.962 afastamento para tratamento de saúde na rede municipal de educação, o que representa cerca de 71% do magistério. Para a direção do Sismmac, a gestão Greca cortou a educação física das práticas de movimento das turmas e escolas integrais; retirou professores tutores dos alunos de inclusão; e propôs redimensionamentos em salas de aula como forma de minimizar o impacto da ausência de professores.

Negociações

Luana Crestani: “Prefeitura tem feito contratações a conta gotas que não suprem as necessidades das escolas”. Foto: Gibran Mendes

Uma comissão buscou uma reunião nesta quarta-feira (30) com o prefeito e secretária de Educação Maria Silvia Bacila, porém o pedido não foi atendido. Por meio de ofício encaminhado ao Sismmac na terça-feira (29), a prefeitura informou que abrirá negociações com a categoria somente a partir de 8 de junho.

“O Executivo se recusa a receber o coletivo do magistério do município. Nossa pauta foi enviada há mais de 45 dias e eles ficaram de mandar um calendário de negociações, mas não fizeram. Somente em cima da hora mandaram esse ofício marcando essa reunião para o dia 8”, comentou Luana.

As prioridades da gestão  Greca também foram repudiadas no ato. “Ao contrário do que muitos dizem e parte da imprensa informa, a data-base não é aumento, mas sim a reposição da inflação. Temos perdas de poder de compra nos últimos anos. A prefeitura alega que não tem dinheiro para repor o salário dos servidores, mas gasta altos montantes com publicidade e asfalto”, apontou o professor Tiago Felipe.

Unidade na luta

Representantes do Sismuc prestaram solidariedade ao magistério. Foto: Gibran Mendes

A unidade do funcionalismo municipal também marcou o ato. Representantes do Sindicato dos Servidores Municipais de Curitiba (Sismuc) estiveram presentes para prestar solidariedade ao magistério. “Viemos demonstrar nossa solidariedade aos professores e professoras e, mais que isso, dizer que precisamos de unidade na luta. Todo o conjunto do funcionalismo está sofrendo com esse governo”, comentou Irene Rodrigues, coordenadora-geral do Sismuc.

Para a dirigente sindical, a gestão Rafael Greca governa para poucos. “Estamos aqui para desmascarando esse governo autoritário e excludente, que governa para poucos, que governa para os ricos”, completou Irene.

‘Lei da mordaça’

Os servidores ainda protestaram contra o Projeto de Lei Escola Sem Partido, em trâmite na Câmara de Vereadores. O magistério aponta que, além de desrespeitar à Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), o projeto criminaliza e intimida os professores que são comprometidos com a formação crítica de seus alunos.

Projeto Escola Sem Partido também foi alvo dos protestos. Foto: Gibran Mendes