Bolsonaro quer extinguir os Correios e demitir 106 mil trabalhadores

Candidato quer privatizar pelo menos 50 estatais nos seis primeiros meses de governo




FonteCinthia Alves, Sintcom/PR

Foto Tânia Rêgo/Agência Brasil

Extinguir os Correios já nos primeiros meses de governo é o compromisso do candidato Jair Bolsonaro (PSL) para se eleger presidente. Isso significa 106 mil funcionários sendo demitidos. A maioria, com mais de 40 anos e poucas chances de recolocação no mercado de trabalho. De acordo com o IBGE, atualmente falta trabalho para 27,6 milhões de brasileiros. Mais de 50 milhões de pessoas estão na informalidade com renda precária. Faz exatos 18 anos que o Banestado foi privatizado e, quando foi vendido para o Itaú, 95% dos funcionários foram demitidos. No caso da ECT, não haverá sequer privatização, é extinção mesmo, pois segundo Bolsonaro “ninguém quer comprar os Correios”.

Além de prometer privatizar pelo menos 50 estatais nos seis primeiros meses de governo, Bolsonaro já disse que se ganhar a eleição, quer que Temer aprove a reforma da previdência até dezembro. Seu vice, general Mourão, tem reafirmado o compromisso de acabar com o 13º salário e com as férias remuneradas. Falam em fechar o STF com apoio do Exército.

“Agora, imagina o que eles devem achar das conquistas trabalhistas da nossa categoria, como nosso adicional de férias, nosso vale peru e nossa assistência médica, que por mais problemática que seja, ainda tem dado a nós e aos nossos filhos uma cobertura médica de que tanto necessitamos. Eles abominam direitos trabalhistas, mas adoram receber suas milionárias verbas públicas em seus contracheques”, alerta o Sintcom, Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Comunicaçôes Postais.

Bolsonaro não é sinônimo da luta contra a corrupção. O patrimônio dele e de sua família cresceu mais de 600% com ganhos incompatíveis com a renda. Ele e os filhos possuem imóveis no valor de R$ 14 milhões, não declarados. Foram 27 anos no Congresso sem nenhum projeto para a segurança pública, para moradia, para a saúde. Pelo contrário, seu partido foi o mais fiel a Temer e Bolsonaro votou a favor de tudo que era contra o trabalhador, votou contra o direito dos deficientes, a favor da reforma trabalhista, contra os direitos das empregadas domésticas. O capitão que foi expulso do Exército por querer explodir locais públicos para reajustar o próprio salário, e só foi reintegrado por decisão judicial, também diz que vai acabar com todo “ativismo”, ou seja, extinguir sindicatos e massacrar qualquer manifestação, principalmente de grevistas.

Ao contrário do candidato que apoia a tortura e a ditadura, Fernando Haddad é quem se comprometeu em manter os Correios públicos, realizar concurso público, adequar nosso plano de saúde com cobranças mais justas de acordo com nossos salários e revogar a reforma trabalhista que já tem mostrado suas garras nos retirando direitos e nos substituindo por mão de obra terceirizada e precarizada. Sabemos que a reforma trabalhista e lei das terceirizações jamais seriam sancionadas por um governo petista. Para lutarmos por nossos direitos precisamos de sindicatos fortes. Precisamos ter o direito de nos manifestar democraticamente. Fernando Haddad tem esse compromisso com os Correios, com nossos empregos. A nossa luta vai além de propostas políticas, é pela democracia. Sem ela, nem a chance de fazermos esse alerta teremos mais.