Diretoria da Cohab Curitiba se compromete a pagar salários de grevistas entre hoje e amanhã

Trabalhadores lutam pelo pagamento dos salários que estão atrasados há 13 dias





Comissão de greve reuniu-se com vereadores na manhã desta terça-feira. Foto: Rodrigo Fonseca/CMC

Trabalhadores da Companhia de Habitação Popular de Curitiba (Cohab Curitiba) se reuniram nesta terça-feira (12) com José Lupion Neto, presidente da companhia, e com diretor administrativo-financeiro, Edmundo Rodrigues da Veiga Neto, para tratar da situação da greve por atrasos salários deflagrada nesta segunda-feira (11).

A diretoria da empresa comunicou que 126 trabalhadores, que têm cargos com menores salários, vão receber o pagamento ainda nesta terça-feira e o restante do pagamento será feito até quarta-feira (13). O atraso do salários e pauta de reivindicações do acordo coletivo de trabalho, que está em processo de negociação, serão debatidos em reunião entre a diretoria da Cohab e sindicato nesta quarta-feira (13).

Participaram da reunião o vice-presidente do Sindicato dos Engenheiros do Paraná (Senge), Leandro José Grassmann; a diretora do Senge e servidora da Cohab, Edilene Pires da Silva Andreiu; a presidenta do Sindicato dos Assistentes Sociais (Sindasp) e funcionária da Cohab, Kristiane Plaisant Marcon; e o presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Urbanização (Sindiurbano), Valdir Mestriner.

A greve na Cohab voltou a ser tema de debate na Câmara de Vereadores.  Por solicitação dos sindicatos que representam os trabalhadores da Cohab Curitiba, os parlamentares da oposição e do bloco independente apresentaram um requerimento solicitando informações à prefeitura.

Entre os questionamentos estão a situação financeira da Cohab, os motivos dos constantes atrasos salariais, além de questões como a existência de grande número de cargos comissionados que oneram a folha de pagamento da Companhia. A prefeitura é obrigada pela Lei da Transparência a responder o pedido dos vereadores em um prazo de 15 dias, que pode ser prorrogado para 30 dias.

Logo após a leitura do pedido de informação, a sessão da Câmara foi suspensa e os vereadores se reuniram com os representantes dos sindicatos. O presidente do Sindiurbano, Valdir Mestriner evidenciou aos vereadores as dificuldades na relação com a diretoria da Cohab. “O sindicato sempre busca o diálogo, mas a diretoria da Cohab e o prefeito não estão dispostos a respeitar os sindicatos e os trabalhadores pagando os salários. Nós estamos sempre dispostos a buscar soluções para manter os direitos dos trabalhadores e também da população”, disse.

Kristiane Plaisant Marcon, presidenta do Sindasp e servidora da Cohab, defendeu independência na administração da empresa. “Essa gestão pode ficar marcada pelo fechamento ou venda da Cohab e o compromisso desse prefeito [Rafael Greca] era levantar a empresa”, disse.

A postura do governo Greca foi criticada pela Vereadora Noêmia Rocha (PMDB). “O prefeito tem muita dificuldade em negociar, e aí nós ganhamos uma greve na Cohab. Gasta-se muito em propaganda em vez de investir nos servidores, que estão há três anos sem reajuste da inflação. Se o servidor está contente, está sendo remunerado, então ele fará um trabalho de excelência”, afirmou.

Para a vereadora Professora Josete (PT), a solução para a situação da COHAB passa por duas questões centrais: a definição de medidas para impedir novos atrasos salariais e a construção de um projeto de recuperação da empresa a longo prazo. Para tanto, Josete sugeriu que seja criado um grupo de trabalho no Legislativo com o objetivo de reunir informações e definir soluções para o futuro da Cohab e para a política de habitação de Curitiba.

O atual líder do prefeito na Câmara, vereador Pier Petruzziello (PTB), se comprometeu a organizar uma reunião com a presença do secretário de governo de Rafael Greca, com o presidente da Cohab e representantes dos sindicatos.

Na reunião os servidores destacaram os pontos que motivaram a paralisação: além do atraso dos salários do mês de maio, a falta do pagamento do reajuste do ano passado e o atraso no pagamento dos planos de saúde dos trabalhadores que, conforme apontam os grevistas, já gerou negativa de atendimento aos servidores em serviços de saúde.


Com informações do Sindiurbano e Câmara de Vereadores