Em um contexto de desvalorização histórica com a queda de 98% do peso argentino em relação ao dólar em um ano, o presidente Mauricio Macri anunciou uma série de medidas econômicas.
1. Imposto sobre exportações
Com o imposto de exportação – também chamado de retenções -, quatro pesos por dólar serão pagos em atividades primárias e três pesos por dólar no restante. Macri, apesar de descrever o imposto como ruim, admitiu que aqueles que exportam “têm mais capacidade de contribuir”.
2. Redução dos ministérios para menos da metade
Minutos depois que Macri fez os anúncios através de uma mensagem gravada, as mudanças foram anunciadas.
Energia, Trabalho, Agroindústria, Saúde, Cultura e Ciência e Tecnologia vão de ministérios a secretários, enquanto Turismo e Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável dependerão da presidência.
A mudança para secretarias supõe um orçamento menor e marchas de descontentamento antes dos fechamentos dos ministérios e possíveis demissões.
3. Reunião com o FMI
Na terça-feira, o ministro da Economia Nicolas Dujovne irá viajar para Washington para uma reunião com o Fundo Monetário Internacional (FMI) para “modificar” os desembolsos previstos para os próximos dois anos. Macri anunciou que eles também pedirão empréstimos de dívida.
De acordo com o jornalista Rogério Thomaz, “embora o fantasma de 2001 ronde novamente a Casa Rosada, os tempos são outros e não é possível apostar em qualquer desfecho para o governo atual. Entretanto, parece que o acúmulo de políticas de austeridade, de arrocho neoliberal, sendo mais claro, esgotou a paciência da população”.
Desvalorização do Peso
Na semana passada, o Peso, moeda argentina, “explodiu”. O dólar começou sendo vendido a 31 pesos na segunda (27) e chegou a ser comercializado a 42 pesos na quinta-feira (30). Em janeiro as verdinhas estavam cotadas a 18,6 pesos. “Isso faz da Argentina o país que mais desvalorizou sua moeda no mundo ao longo do ano”, explica Thomaz.